O Metroidvania de Mickey – Disney Illusion Island | Review

Curtido por 0 pessoa(s)
Que jogo é esse do Mickey que até quatro pessoas podem jogar juntas na mesma tela e ao mesmo tempo, com arte cartunesca feita à mão e uma trilha sonora mágica?
Disney Illusion Island é um jogo de plataforma no estilo “Metroidvania” lançado exclusivamente para Nintendo Switch em julho de 2023, desenvolvido pela Dlala Studios (Battletoads, 2020) e publicado pela Disney Interactive (unidade da The Walt Disney Company responsável por criar jogos com personagens da empresa). Neste jogo você pode controlar Mickey, Minnie, Pato Donald e Pateta (não há diferença de gameplay entre eles, além das skins e animações), jogando sozinho ou com até quatro outros jogadores ao mesmo tempo. 



O que é um metroidvania?

Pra quem não sabe, metroidvania é um tipo de game, 2D, onde existe um mapa enorme, mas que não pode ser totalmente explorado no início porque o jogador começa fraco e sem muitas habilidades. Então, no decorrer do jogo, você vai ganhando habilidades novas (pulo mais alto, golpe mais forte, escalada...) que te dão o poder de acessar cada detalhezinho do mapa. O nome Metroidvania vem da junção dos nomes de outros dois jogos, Metroid e Castlevania, que foram responsáveis pela popularização do gênero. Hollow Knight e Dead Ceells são outros exemplos. Disney Illusion Island é um Metroidvania pra família. “Pra família” porque ele é um pouco mais fácil do que os outros jogos desse gênero, cuja principal característica é: Dificuldade. Não é à toa que esse jogo foi indicado ao prêmio de melhor jogo pra família no The Game Awards 2023 (e acabou perdendo para Super Mario Bros. Wonder).

Análise rápida

O game é curto. E isso não é necessariamente um problema. Você pode zerá-lo em menos de dez horas e, por isso, foi justo o valor de venda do jogo não ter sido o de preço cheio (no Brasil ele é vendido por cento e noventa e nove reais). O que mais vai impressionar qualquer um que jogar Disney Illusion Island muito provavelmente vai ser sua arte cartunesca feita à mão, seu estilo de animação do tipo “Mickey dos anos 30” e as vozes dos personagens. Tudo é muito bonitinho, nostálgico e feito com amor. A música do menu inicial é fantástica (merece um parágrafo exclusivo de análise) e os primeiros cinco minutos de gameplay são extremamente satisfatórios, mesmo que lentos e bobinhos.

Qual a história?

A história é bobinha também. Do nada, Mickey, Donald, Pateta e Minnie surgem numa ilha misteriosa porque disseram pra eles que ali seria o lugar perfeito para um piquenique. Mas, então, descobrem que tudo não passava de uma armação para que os quatro aparecessem lá, e ajudassem os moradores locais a salvar a ilha. O Rei Toku, líder dos Hokuns (o povo dessa ilha), pede pra que eles juntem três livros mágicos que estão espalhados pelo mapa e a trama está entregue. Tem piadinhas bobinhas e momentos realmente engraçados. Enfim, é divertido o suficiente pra um adulto jogar e ainda tirar umas boas risadas.  



E quanto a gameplay?

Somos jogados num mapa enorme (que poderia ser maior) exploramos áreas andando, escalado, flutuando, nadando e saltando com uso de cordas. Tudo ao som de uma música linda que muda de área para área. Uma coisa interessante em Disney Illusion Island, e que notamos já na primeira hora de game, é que não existe batalha. É estranho imaginar Hollow Knight ou Castlevania sem a mecânica de causar dano, mas, estamos falando de um jogo da Disney (esqueça Kingdom Hearts), por isso, Mickey e seus amigos apenas saltam em cima dos inimigos ou se esquivam deles. Até os chefes, que você pontualmente enfrenta, não “apanham” diretamente por suas ações. Tudo gira em torno de saltar, não cair, esquivar e pular em cima de plataformas que, de alguma maneira, destroem seus inimigos ou te dão acesso a novas áreas. E vou te dizer que isso não deixou o game chato (como poderia, se a jogatina se estendesse por mais de dez horas), muito pelo contrário, é relaxante só jogar por horas e horas, esquivando de todos e saltando por tudo, ouvindo a trilha sonora maravilhosa de Disney Illusion Island.

E as referências?

Existem várias referências aos antigos clássicos da série de jogos do Mickey dos anos 90. Quem jogou os jogos Castle of Ilusion do Mega Drive, ou o perfeito Disney's Magical Quest 3 do Super Nintendo (brigando com o player 2 pra ver quem seria o Pato Donald) vai ver que a ideia dos desenvolvedores era de passar uma vibe parecida de magia e encanto. O que senti falta foi de alguma diferenciação entre os personagens. Além das skins e animações de movimentação, Mickey, Pato Donald, Pateta e Minnie, todos são a mesma coisa. Seria legal ver o Mickey com a roupa de mágico maestro, o Pato Donald com uma roupa feita de barril de madeira, o Pateta com um escudo e a Minnie com a skin de princesa. Cada um com uma habilidade, e mecânica de gameplay diferente. Isso aumentaria, e muito, o fator replay. 

O elenco é muito bom!

As vozes originais dos personagens são muito boas, com destaque para a voz do Pateta e do Pato Donald, interpretadas, respectivamente, pelos saudosos Bill Farmer e Tony Anselmo. Pra quem não sabe, foram estes que também fizeram as vozes originais do Pateta e o Pato Donald nos jogos da franquia Kingdom Hearts (que nunca foram dublados para o Brasil). Os caras conseguem interpretar a essência dos personagens Disney de uma forma tão magnífica que dá vontade de ficar ouvindo e reouvindo as cenas em que ambos falam. Já a voz do Mickey em Disney Illusion Island é feita por Bret Iwan, que também fez a voz do camundongo no terceiro jogo de Kingdom Hearts (lançado em 2019). Infelizmente, Wayne Allwine, o cara que eternizava a voz do Mickey desde os anos 80, faleceu em 2009. Seria fantástico ouvir a voz dele nesse jogo.



E o multiplayer...

Quanto ao multiplayer, não posso opinar muito, porque acabei zerando ele sozinho. Mas, pelo que pude analisar, descompromissadamente, há um “problema” com a câmera. Ela segue apenas o jogador número um, deixando os demais perdidos para trás ou para frente. Não sei se isso realmente foi uma escolha ruim, ou se os desenvolvedores escolheram isso sabendo das críticas que receberiam. Sinceramente, acho que assim é até melhor. Raramente um jogo difícil, pra família, é jogado com a família e zerado cem por cento até o fim. É comum que, em jogos de plataforma multiplayer para até quatro jogadores em simultâneo, o dono do videogame jogue sozinho, pra zerar, e crie um save em separado para jogar com a família, ou pra quando surgir algum convidado. Quando o game tenta focar em todos os jogadores, acaba sendo muito difícil avançar quando realmente se joga com “a família”. Digo “a família” quando me refiro a pessoas que fazem parte da família, mas que não costumam jogar videogame. Acredito que quando os desenvolvedores de Disney Illusion Island escolheram deixar que o player 1 controlasse e guiasse o jogo, eles tornaram a experiência de jogar (e zerar) em família, mais acessível.

A trilha sonora!

Ah, e a música. A música do game é muito bonita! Tem toda a magia Disney e mais um pouco. Quando David Housden compôs a música de Disney Illusion Island ele deve ter ouvido o filme Fantasia (aquele desenho em que Mickey está fantasiado de mágico e é um maestro, e que as vassouras andam segurando uns baldes) umas mil vezes! Esse compositor também fez as músicas do remake de Battletoads, lançado em 2020. Vale a pena conferir o trabalho do cara. Por que você não escuta a música de abertura do jogo?



A análise de Disney Illusion Island foi feita na plataforma Nintendo Switch. 
 
O Metroidvania de Mickey – Disney Illusion Island | Review
Nota
88
Excelente

Disney Illusion Island é um jogo divertido e relaxante (com músicas lindas!), que oferece uma experiência nostálgica e envolvente para jogadores de todas as idades. O jogo é ideal para quem procura um desafio descompromissado, com uma dose satisfatória de exploração e humor.

Pontuação

  • Jogabilidade
    90
  • Gráficos
    100
  • Áudio
    100
  • História
    70
  • Controles
    80
Critérios da pontuação
Sobre o autor
Sobre o jogo
Disney Illusion Island
Disney Illusion Island

Comentários

Newsletter