Viajando entre os mundo de O Escudeiro Valente (The Plucky Squire) | Review

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Uma chuva de criatividade em um universo totalmente inovador

Amarre as chuteiras e aperte o cinto, O Escudeiro Valente é um daqueles jogos indie que chegam para mudar a dinâmica do universo dos gamers e para marcar o coração dos jogadores fãs de novos estilos. Desenvolvido pela All Possible Futures e publicado pela Devolver Digital, o jogo surpreende com tamanha criatividade somada a um universo totalmente desenhado e muito carismático.

O conceito é totalmente inovador, vamos viver uma aventura com nosso heroi Pontinho que tem a capacidade de viajar entre os mundos 2D e 3D, quebrando a quarta parede. Isso mesmo, Pontinho é o personagem principal de um livro infantil, onde sempre o bem deve vencer e o mal sucumbir, mas aqui, os criadores quiseram fazer uma exceção.
 


Nessa perspectiva, agora vem o ‘’pulo do gato’’, nesse conto, o vilão cansado de perder expulsa, literalmente, o nosso heroi do livro (para a dimensão 3D), que precisa ficar alternando entre os dois mundo com  frequência para completar a história e derrotar Enfezaldo, o mago do mal. Pois, imagine, o que seria das histórias infantis se o vilão ganhasse? Isso, inclusive é exemplificado no jogo, a narrativa sugere que o dono do livro, uma criança chamada Adam, pode ter seu futuro afetado (não direi qual, para atiçar a sua curiosidade) caso Pontinho não consiga vencer seu inimigo.

Dito isso, o universo de O Escudeiro Valente é muito encantador e dono de um carisma sem igual, como amante do mundo gamer e escritor de reviews, tive a felicidade de encontrar nesse game uma grande surpresa e afirmo: marque na sua agenda o dia 17 de setembro de 2024, data de lançamento de um grande jogo indie.
 


Um conto como deve ser

Como dito, viveremos a história de um personagem de livro que tem conhecimento que é apenas um personagem, ficou confuso? Imagine que você vive em uma simulação e descobre isso, que todas as ações da sua vida na verdade não foram escolhas suas, qual seria sua reação? Apesar de parecer loucura, os desenvolvedores também pensaram isso, é comum os amigos de Pontinho comentarem sobre tais fatos, que na verdade são apenas personagens de um livro e inclusive se revoltarem um pouco com isso.

Nesse contexto, são muitos os conceitos que tangem a história principal em si, servindo como exemplo tanto esse questionamento dos personagens quanto da criança dona do livro, no entanto, houve muito cuidado para que essas narrativas não estragarem a linha principal, que se mantém sólida do começo ao fim.
 


Dito isso, na nossa história principal, vamos começar com uma gameplay em 2D, que para quem não leu nada sobre o jogo, tende achar que o restante vai se passar dessa forma. Viveremos a vida de Pontinho, grande escudeiro do Reino de Mana e escritor de contas lendárias sobre suas batalhas. Para acompanhar a narrativa, vamos contar com a narração onisciente e também escritos nas páginas (mostrado na próxima imagem), essas palavras também frequentemente vão ser inseridas na gameplay usadas para completar quebra-cabeças.

Aproveitando o gancho, esse é outro dos fatos criativos e interessantes, em muitos momentos os dois universos (2D e 3D) vão ser usados para se complementar, assim funcionará os maiores quebra- cabeças da aventura de Pontinho, manipulando elementos entre as dimensões para conseguir avançar. Além disso, como geralmente ocorre nesses contos heroicos, nossa história vai ser dividida em capítulos com o próprio jogo dando a possibilidade de realizarmos mais de uma vez cada fase. Uma boa alternativa, já que existem aqueles que gostam de zerar para depois explorar todos os colecionáveis além de poder alternar entre as duas dificuldades disponibilizadas.



Um grande guerreiro

Além de explorar a criatividade nesse universo mágico e MUITO colorido, houve um cuidado para que as mecânicas do jogo não ficassem repetitivas e cansativas, assim, foram criados além dos diferentes quebra-cabeças como mencionado anteriormente, um sistema de batalha simples para os combates que surgem durante os capítulos contra monstros básicos: vamos poder deferir golpes com a espada de Pontinho, além de evoluir as habilidades e aprender novas manobras, como o golpe giratório. Esse sistema de evolução baseia-se inteiramente na compra de novas skills, as quais vão ser feitas com um NPC em formato de lojinha, ainda, conseguimos o dinheiro eliminando nossos inimigos e destruindo muitas e batendo em árvores.

No entanto, esse não vai ser o único sistema combativo que vamos encontrar, logo no começo, em um dos primeiros ‘’chefes’’, nos deparamos com uma dinâmica totalmente alternativa à essa mencionada. Nesta em questão, ficamos frente a frente a um enorme texugo sendo obrigados a desferir e desviar de socos. Particularmente, gostei muito dessa forma surpreendente de inserir novos modelos de combate, e um pequeno spoiler: entre os chefes encontrados, não se repetem essas mecânicas, mostrando grande variedade de sistemas e uma preocupação em sair da mesmice.


Sobre as missões em si, embora às vezes ter a sensação de o nível de dificuldade ser um pouco baixo, considerando as batalhas e os enigmas a serem desvendados, a imersão entregue ao jogador é tão grande, que é comum gastar horas sem sequer perceber que o tempo passou. Fora isso, algo que me incomodou foi a falta de função dos outros personagens da história, com exceção do vizinho mago de Pontinho que auxilia diversas vezes com suas dicas, seus amigos que o acompanham nas aventuras se mostraram úteis somente depois de algumas boas horas de gameplay (apesar de cada um deles possuírem um arco próprio, ainda acho pouco), digo, em combate na maioria das vezes ficam apenas assistindo, considerando que em grande parte são uma bruxa e um troll nos acompanhando, é de esperar que possam ajudar em combate, além de raramente realizarem alguma outra ação ou derem alguma pista em um quebra-cabeças.
 


O casamento entre criatividade e carisma

Não só a forma de pensar o jogo, como enredo, mecânicas e gameplay tiveram grande expertise dos desenvolvedores, mas todo o universo criado tem um grande charme: todas as artes são detalhadamente desenhada, enquanto 2D se mantendo como uma história de criança e, ao alterar para o 3D, mostrar um mundo totalmente diferente mas sem alterar da ideia do infantil, isso, claro, sem afastar os jogadores que na maioria das vezes será um público acima dessa idade.

É encantador ver artes e ao mesmo tempo satisfatório de jogar, muito por aquilo que mencionei no começo, ser diferente de tudo que conhecemos, confesso até que expandindo um pouco a minha visão de jogos. Às vezes, a inovação pode causar estranheza, mas não é o caso aqui, a abordagem diferente somada a grande criatividade é o ponto mais alto de O Escudeiro Valente.

Fora isso, o feedback do sistema de áudio também é excelente, principalmente no que diz respeito a narração lendária, fora os sons ambiente e também a música que não pode faltar. Parece ser fácil elogiar aqui né? Mas essa é a verdade, como disse anteriormente, tenho grandes apostas para esse jogo e acho que vale a sua curiosidade e confiança, com certeza foi uma das surpresas positivas desse ano de 2024.

O Escudeiro Valente estará disponível em 17 de setembro de 2024 para PS5, Nintendo Switch, Xbox Series e Microsoft Windows.

Agradecemos a equipe de PR Devolver Digital que disponibilizou O Escudeiro Valente e possibilitou a criação desse conteúdo.
 

Viajando entre os mundo de O Escudeiro Valente (The Plucky Squire) | Review
Nota
96
Excelente

O Escudeiro Valente é divertido, criativo e carismático, aqui você vai viver uma história diferente de tudo aquilo que conhece, com diversas mecânicas e formas de explorá-las, tudo isso em um universo totalmente desenhado e encantador.

Pontuação

  • Jogabilidade
    95
  • Gráficos
    95
  • Áudio
    100
  • História
    100
  • Controles
    90
Critérios da pontuação
Sobre o autor
#
mnz
Redator
Alucinado por e-sports, principalmente um bom FPS, fã do universo geek, séries de época e também do mundo esportivo em geral. Doido por pizza.
Sobre o jogo
The Plucky Squire
The Plucky Squire

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