Suicide Squad: Kill the Justice League - Salvando o mundo com quem não tem nada a perder | Review

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O suicídio do Esquadrão Suicida
Sejam bem vindos à Metropolis  

…Pena que a situação lá não é das melhores. Sabe, no momento, algumas criaturas alienígenas resolveram dar as caras e decidiram que era hora de dominar a Terra. E por incrível que pareça, a Liga da Justiça parece estar enfrentando os seus próprios problemas no momento. 

Então… A salvação da Terra só poderia estar nas mãos dos mais preparados, serenos, éticos e equilibrados indivíduos de toda a Metropolis, certo? Só que não.  

Em Suicide Squad: Kill the Justice League, Tubarão-rei, Pistoleiro, Capitão Bumerangue e a Arlequina estarão a serviço da sua comunidade, com o altruísmo que apenas aqueles com um dispositivo explosivo preso na nuca poderiam ter. Assuma o controle do Esquadrão e descubra como até os vilões podem se tornar heróis (e vice-versa).

Desenvolvido pela Rocksteady Studios e publicado pela Warner Bros. Games, Suicide Squad: Kill the Justice League foi lançado no dia 02 de fevereiro de 2024 e está disponível para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC.



A Liga ficou Louca!

Após uma pequena “intriga saudável”, alguns dos internos do Asilo Arkham conseguem implantar, uns nos outros, bombas que podem ser explodidas a qualquer momento por ninguém menos que a Amanda Waller, a diretora da ARGUS. Para evitar esse contratempo, eles precisam cumprir algumas tarefas que têm o simples objetivo de salvar o mundo. Então, como uma bela equipe coesa e harmoniosa, eles, ou melhor, Arlequina, Tubarão-rei, Pistoleiro e Capitão Bumerangue, formam o Esquadrão Suicida. 

Ao serem enviados para Metropolis, descobrem que a cidade está sob um pandemônio alienígena e que até mesmo os heróis da Liga da Justiça estão sob alguma espécie de controle mental. Logo de início, nos deparamos com uma versão corrompida do Lanterna Verde, que nos faz descobrir que o Brainiac está por trás de toda aquela confusão e que, na verdade, os seus planos são o de Terraformar a Terra. 

Aos poucos, descobrimos que outros heróis também estão sendo controlados e que apenas um membro da Liga não teve a sua mente lavada, mas que ainda assim não pretende cooperar com o Esquadrão Suicida. Dessa forma, Waller decide que há apenas um caminho para acabar com aquela ameaça: Matar a Liga da Justiça. 



A narrativa do game pretende ser uma verdadeira expressão das personalidades do Esquadrão Suicida. Mas ao fazer isso, acaba por atenuar traços de outros heróis reconhecidos, o que acaba tornando a experiência um tanto quanto boba e superficial. Ao falar isso, não quero dizer que o game não tem a licença poética para explorar outras nuances dos personagens mais famosos da DC, mas que precisaria ter mais cuidado ao fazer isso de forma credível, a ponto de engajar o jogador em novas e possíveis perspectivas. 

Senti que, enquanto o Esquadrão foi muito bem representado, alguns dos outros personagens são representados de forma quase irreconhecível. A narrativa, então, se perde um pouco em seus heróis e acaba construindo uma Lore “arcade”, nas quais o Background pouco importa. Isso é particularmente negativo por se tratar de um game que tem como marco temporal 5 anos após os eventos do Arkham Knight. 

Segui pela história com o péssimo sentimento de “tanto faz”. Os diálogos entre os membros da equipe conseguem trazer um pouco de sentido e alívio cômico, mas ainda assim não senti que foram suficientes para tornar a experiência imersiva ou envolvente. Apesar disso, os beats narrativos têm um bom cadenciamento, o que ajuda a não pularmos todas as cutscenes logo de cara. 

Mas por se tratar de um jogo de ação, o que importa mesmo é a pancadaria desordenada! Então, vamos a ela! 



Desordenada, acho que essa é MESMO a palavra

Com um gameplay confuso, habilidades que pouco conversam com os personagens e bugs bizarros, eu terminei a minha sessão de Suicide Squad: Kill the Justice league me perguntando como que a Rocksteady Studios, responsável pelos incríveis jogos da série Arkham, conseguiu entregar um produto com falhas tão evidentes.

De início, o jogo te introduz aos personagens com um longo e repetitivo tutorial. Cada membro do Esquadrão têm, na teoria, o seu próprio kit de habilidades, mas que se parecem muito uns com os outros, salvo as devidas proporções. Para utilizar essas habilidades, o game apresenta alguns pequenos “combos” que tornam a gameplay confusa e que poderiam se resumir a um botão. 

Por exemplo, ainda que a Arlequina utilize alguns recursos do Batman, não senti que eles dialogam com a gameplay central da personagem. Além disso, esses pequenos combos, quando realizados em sequência, lembram mais um jogo de luta, como o Tekken, do que um jogo de ação direta. 

O game conta com uma experiência de itens e combate que lembra um pouco Borderlands, com recursos que se espalham de inimigos derrotados e armas para aperfeiçoamento do personagem. Nesse ponto, a gameplay torna-se mais agradável, tendo em vista que em jogos de ação, quanto mais coisas na tela, melhor. 

Após esse tutorial, iniciamos nossa vida em Metropolis com loops de gameplay repetitivos, com missões recorrentes e pouco criativas. Para piorar, veremos com frequência os mesmos inimigos, o que não só cansam a jogabilidade quanto inibem o nosso senso de progressão. Senso esse que se perde em meio a inúmeros bugs que atravancam a experiência.



Por diversas vezes, Arlequina parecia ter assumido o controle do meu joystick (a cara dela fazer isso) e começado a correr sozinha, de forma aleatória pelo mapa. Mirar e atirar também se mostrou bastante trabalhoso, especialmente com o joystick, por conta de delays severos e intermitentes. 

Nos momentos em que o jogo rodou liso, pude observar melhor o mundo e percebê-lo vazio. Ainda que tenha essa pegada “theme-park”, o game não conseguiu me entregar essa experiência e o que inicialmente era hype, em poucas horas se transformou em frustração. 

Os nossos personagens contam com opções de customização de aparência e de gerenciamento de itens. No entanto, existem poucas opções para modificações e nem sempre a progressão nos oferece de forma natural itens de interesse, o que torna cada loop um pouco menos motivante que o anterior. 

Imagino que talvez o jogo precisasse de mais tempo para polimento, mas, no fundo, sinto que fundamentos do seu Design apresentam problemas severos, exigindo muito mais do que apenas tempo para pequenas correções. 



Eu até gosto do que vejo, mas não ouço nada. É normal, doutor?!

A experiência visual do Suicide Squad: Kil the Justice League entrega o que se espera de jogos atuais. Com gráficos bonitos e personagens bem modelados, consigo sentir que visualmente, o game foi cuidadoso em seus detalhes.

Os personagens são carismáticos e a possibilidade de personalização dão um charme a mais à jogabilidade, tornando-a mais divertida e original. Por sua vez, gostaria de ter acesso a mais opções de customização no início do jogo, para ser possível sentir o seu potencial. 

Os efeitos visuais são impactantes e fazem sentido tanto como recurso de combate quanto identidade dos personagens. Porém, os inimigos, apesar de bem construídos, se repetem com muita frequência.

Enquanto a trilha e a dublagem são excelentes, alguns bugs tornam a experiência auditiva bastante confusa. Por vezes, não ouvimos nada ou ouvimos sons com atrasos significativos, que se acumulam para serem disparados em nossos ouvidos de uma única vez, de forma caótica. Espero que assim como os demais bugs presenciados, esse possa ser solucionado com muita brevidade, pois se tem algo que pode indiretamente destruir uma experiência é uma trilha defeituosa. 

Para essa review, Suicide Squad: Kill the Justice League foi jogado no PC, através da Steam.
 

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Nota
51
Obra-prima

Em uma tentativa de construir uma experiência de ação no universo DC, Suicide Squad: Kill the Justice League acaba enfrentando problemas estruturais que não permitem que o jogo atinja o seu verdadeiro potencial. Com questões de Game Design e bugs corriqueiros, o game precisa de muito polimento se quiser figurar como uma oportunidade para os fãs da DC.

Pontuação

  • Jogabilidade
    50
  • Gráficos
    60
  • Áudio
    40
  • História
    55
  • Controles
    50
Critérios da pontuação
Sobre o autor
#
Diego Lourenço
Redator
RP, Redator, Roteirista e Pesquisador da cultura Nerd. “A famous explorer once said that the extraordinary is in what we do, not who we are.”
Sobre o jogo
Suicide Squad: Kill the Justice League
Suicide Squad: Kill the Justice League

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