Starfield nos leva ao infinito e além | Review

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Após mais de 25 anos, a Bethesda e o diretor Todd Howard criaram um novo universo pós-Skyrim, e ele atende pelo glorioso nome de Starfield. Lançado em 6 de setembro, o RPG espacial era muito aguardado pelos jogadores de Xbox e PC, já que o game é exclusivo da marca e promete ser grandioso desde o seu primeiro anúncio, em 10 de junho de 2018. Após alguns adiamentos, o game está disponível via Xbox Game Pass apenas para a nova geração de consoles. Essa longa espera valeu a pena?

Era um simples dia de trabalho...

Em Starfield você joga com um minerador espacial (criado no início da jornada), que logo no primeiro dia nas minas encontra um artefato misterioso e brilhante preso em umas rochas, que ao ser tocado gera uma visão incrível e lisérgica do cosmos com uma música ao fundo, fazendo uma clara referência ao clássico filme 2001: Um Odisseia no Espaço. Após desmaiar devido ao efeito criado, é revelado pela organização Constelação que existe mais de um artefato como o encontrado, e que você acaba de ser recrutado para sair em busca de respostas sobre o que esses objetos são capazes de fazer e proporcionar.

Assim que o jogo realmente começa, as primeiras missões são bem simples, funcionando perfeitamente como uma forma de introduzir você ao universo do game, além de apresentar alguns personagens importantes que estarão com você ao longo da jornada. Mas aqui não espere por respostas mais claras do porquê você foi convocado, ou o que já foi descoberto sobre os artefatos, além dos reais motivos da Constelação procura-los. Apenas aceite o fardo de carregar essa incumbência e seja feliz com isso.

De fato, esse certo “desdém” pode acabar incomodando alguns jogadores que não estão acostumados com RPG’S, pois realmente o jogo não tem uma proposta clara do que são os reais objetivos por trás desse pano de fundo criado para a exploração espacial. As respostas são oferecidas de forma mais concreta apenas no final da aventura, então o desinteresse pode acontecer antes mesmo da história engrenar. 

Você será guiado por companheiros intergalácticos para missões introdutórias por cerca de seis horas, período esse que entre um diálogo e outro acaba fazendo com que você conheça melhor o passado e presente da tripulação, o que faz com que um certo interesse possa acabar surgindo para um parceiro ou parceira para as próximas rotas espaciais. Claro, é possível fazer tudo sozinho, mas certamente um colega o outro ao lado dessa magnífica exploração vão deixar as horas muito mais interessantes.



O árduo caminho para a glória

Se você estava se perguntando quando de fato poderia explorar o prometido vasto universo de Starfield, com a imensidade de planetas e galáxias, esse momento, bem...esse momento ainda pode demorar, mesmo após a breve visão sobre alguns companheiros e realização de missões principais, como invadir algumas bases, conhecer possíveis aliados e inimigos, entre outras tarefas comuns. Não só isso, mas como manda a cartilha de um bom RPG, para progredir no andamento da história principal, é necessário realizar alguns objetivos secundários. Mais uma vez um ponto pode gerar discordância sobre os jogadores, pois se o seu foco é apenas realizar as missões principais, certamente ficará irritado com a impossibilidade de progredir. Mas de uma maneira muito bem-criada os objetivos em segundo plano são interessantes e geram uma motivação extra para a conclusão dos mesmos.

Com a progressão da história, mais para o final da campanha somos apresentados ao que os artefatos podem conferir para o nosso personagem, que para a surpresa de absolutamente ninguém são poderes especiais, que serão muito úteis após a conclusão da história principal, já que durante a campanha confesso que não achei que eles poderiam fazer muita diferença no que é oferecido de desafios.

“Mas como adquirir os poderes? ”, imagino que você esteja perguntando. Basta você encontrar a localização de cada templo, que ele será desbloqueado, mas antes será necessário enfrentar chefes específicos de cada habilidade. Confesso que conseguir novas vantagens podem tornar a experiência mais gratificante ao longo do new game +, mas a sequência é sempre a mesma, até mesmo as cutscenes de diferentes templos.

Copo meio cheio

Como já ressaltado ao longo dessa análise, Starfield é um RPG monumental e gigantesco, capaz de prender você por horas, mas tudo depende da forma como ele será abordado. Inicialmente fiquei focado apenas em terminar a campanha principal, o que confesso que me deixou com um ar de frustração, já que ele claramente não é feito para jogar dessa forma.

Certamente se a sua intenção é apenas concluir o arco dos artefatos sem ter a curiosidade aguçada sobre melhorias de equipamento, exploração de outros planetas, combates em espaçonaves, romances com seres de outras galáxias, entre outros aspectos que o jogo concede, Starfield não é para você.

O que faz o game ser uma grande epopeia intergaláctica é a exploração do imenso mundo criado após 25 anos pós-Skyrim. E realmente tudo que foi prometido é feito de uma maneira que possa ser enxergada como arriscada, já que num primeiro momento, jogadores de primeira viagem nesse tipo de jogo podem se sentirem exaustos com a repetição de missões e poucas informações sobre o que está acontecendo e pode acontecer.


Se você não se deixar levar pela sede de terminar mais um jogo da famosa e interminável lista de games para zerar, posso garantir que a experiência de curtir Starfield será algo muito prazeroso e apreciado por longas e longas horas de gameplay.

Diferentes visões

Como prometido, Starfield oferece um vasto mapa para ser explorado, divididos em planetas e galáxias, no qual absolutamente tudo que é visível, você pode desembarcar e escanear a área. E chama a atenção que cada planeta possui uma atmosfera diferente, que pode exigir um traje especial, assim como condições especiais de oxigênio e radiação solar. O que deixa tudo ainda mais grandioso é o fato dos cenários serem gerados de forma procedural, criando um charme diferenciado para o que lá pode ser encontrado.

Oferecendo a opção de jogar em três tipos de câmera (primeira pessoa, câmera sob o ombro e terceira pessoa), Starfield não deixa a desejar em nenhuma delas. Claro, cada uma delas possui sua peculiaridade, mas não existe uma regra sobre qual é a melhor maneira de jogar, dependendo unicamente do gosto pessoal de cada jogador.

Starfield conta com uma imensidão de tipos de missões, no qual as missões principais da história ficam em segundo plano no quesito atenção. Talvez se tivesse intercalado entre fazer uma de cada tipo a minha impressão poderia ser diferente. Não só isso, mas ao explorar os diferentes planetas, personagens inéditos são encontrados e pedem alguns favores para você. Esses, que não causam nenhum tipo de impacto na história, é claro. Mas é nesse ponto que o jogo mais brilha.

Existem missões de facções, que são aquelas velhas disputas de territórios e de quem manda no pedaço, missões de companheiros, no qual o passado de cada tripulante pode ser explorado, além de entrega de cargas e passageiros para diferentes planetas e caçada de alvos específicos. Ou seja, variedade do que fazem no game é o que não falta.


Locomoção

Você já deve ter percebido que eu elogio o tempo todo a exploração do game, certo? E para desembarcar nos destinos traçados basta estar com a nave em órbita que o conteúdo será criado. Diferentemente de outros jogos, que a navegação permite sair dela, fazendo com que a única forma de conhecer o mundo criado seja com o auxílio do jet-pack. Ele funciona muito bem, mas não seria nada mal ter um veículo terrestre.

No game é possível viajar de um planeta para outro, o que facilita em muita coisa chegar nos lugares desejados. Mas infelizmente existe a possibilidade de isso não ser possível, obrigando você a se teletransportar para a sua nave, escolher o destino e realizar o salto gravitacional. Ao chegar na órbita, será necessário abrir o mapa novamente, escolher o local de pouso e finalmente desembarcar.

A pior parte disso tudo é a quantidade de telas de carregamento que são acionadas etapa após etapa da viagem, o que em certos momentos se torna algo até irritante. Esse momento também bastante perceptível ao entrar nas lojas das cidades, que curiosamente não são em todas que os loads são carregados.

Resolvendo conflitos

Sem dúvida alguma que o combate em Starfield não é nem de perto o foco do gameplay, mas isso não quer dizer que ele não poderia ter sido desenvolvido de uma forma mais prazerosa. Além da pouca variedade de inimigos, eles são praticamente alvos estáticos esperando que você consiga uma maior aproximação. Isso se deve ao fato da mira não ser tão calibrada e ser prejudicada, enquanto que do outro lado é algo impecável. Prepare-se para tomar muito dano.

Até mesmo os monstros das áreas não oferecem um maior dinamismo e diferenciação para o gameplay, o que chega a ser um pouco frustrante. É claro que existem criaturas que mais movimentação e ataques diferenciados, mas não é nada que faça com que o enfrentamento seja algo que você espera que aconteça durante a jornada.

Contando com armas de fogo e armas brancas, a forma mais eficaz de derrotar os inimigos é buscando a aproximação (especialmente ao conseguir o tele transporte), para desferi a maior quantidade de dano possível.


Como nem todos os conflitos são resolvidos com a força bruta (ainda bem), você pode tentar convencer seu inimigo de que o combate não é necessário. A persuasão é obtida através do preenchimento de uma barra, que ao completada você evita a confusão, mas caso o resultado seja negativo, prepare-se para o inevitável.

Apesar do combate por terra não ser o melhor de Starfield, o combate de naves espaciais é uma entre tantas cerejas do game. Você enfrentará diferentes tipos de ameaças que quando danificadas por suas metralhadoras e foguetes soltam partes das máquinas que funcionam como um tipo de cura aos danos recebidos em sua nave. E acredite que isso é essencial, especialmente porque os adversários não erram um mísero tiro. Vale ressaltar que até mesmo aqui o conflito pode ser resolvido através de uma boa conversa.

Graficamente falando

Analisado em um Xbox Series S, os diversos ambientes de Starfield são um primor gráfico, oferecendo muita vida aos cenários e diferenciação entre os inúmeros planetas do jogo. Mas vale ressaltar que o mesmo não pode ser dito das modelagens dos personagens que realmente não demonstram nenhum tipo de emoção, o que faz com as conversas percam um pouco do que está sendo discutido.

Mantendo os 30 quadros por segundo em boa parte do gameplay, o desempenho é bem satisfatório, apesar do efeito de luz parecer estar estourado em alguns diálogos, mas não é nada que me causasse algum tipo de incômodo.

O que realmente me chamou atenção é a falta de cutscenes durante a jornada. Tirando a parte de aquisição dos poderes, Starfield não apresenta um momento cinemático, o que era esperado por este que vos escreve.

O som do game é bastante satisfatório, mas senti falta de uma trilha sonora marcante, daquelas que você fica cantarolando, como acontece na franquia Halo, por exemplo. Chama a atenção também que alguns personagens tem um tom de voz muito maior que os outros, mas nada que não seja justificado por como é o personagem.


Após mais de 25 anos de trabalho árduo por parte da Bethesda, Starfield é sem dúvida o jogo que todo mundo deveria testar e conceder o devido tempo para apreciá-lo. Mas como dito anteriormente, ele não é um jogo para todo o tipo de jogador.

A análise de Starfield foi feita através do Xbox Series S, via Xbox Game Pass.

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Nota
88
Excelente

Se você é fã de Fallout, certamente ficará encantado com Starfield e suas incríveis opções do que fazer em um incrível universo espacial. Com foco na exploração, o RPG oferece personagens carismáticos, história paralelas intrigantes, mas faltou uma maior dedicação a missão principal e ser mais convidativo para jogadores iniciantes no gênero do título. Viajar por planetas e enfrentar piratas espaciais é indescritível ao mesmo tempo que o mesmo não pode ser dito do combate terrestre. Entre idas e vindas, não deixe de experimentar Starfield.

Pontuação

  • Jogabilidade
    90
  • Gráficos
    80
  • Áudio
    90
  • História
    80
  • Controles
    100
Critérios da pontuação
Sobre o autor
Sobre o jogo
Starfield
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