Família Forger

SPYxANYA: Operation Memories é um jogo baseado no anime Spy x Family, adaptado do mangá de Tatsuya Endo. Diferentemente do que o nome sugere, a obra não mostra apenas ação, mas também bastante aventura e comédia.

O anime por si só te deixa bem confortável, mostrando um roteiro de ação leve e sem exageros ruins. O jogo segue em uma linha um pouco diferente, que é a de mostrar o lado mais fofo e agitado da vida de Anya.

Isso quer dizer que o foco é nela e que nosso objetivo é construir novas memórias com sua família. É realmente um título que “dá um quentinho no coração” por jogar com uma personagem de personalidade tão aventureira e fofa.

Quanto a isso, ela precisa tomar cuidado para acabar não revelando sua identidade como espiã. Ao lado de seu pai, sua mãe e seu cachorro, Anya só quer saber de diversão, passeios, doces, brinquedos e muitas lembranças para guardar consigo, tirando um pouco do foco da ação do anime.
 

Mais e mais passeios

O jogo começa com uma abertura, que lembra muito a do anime, em que apresenta como são os personagens principais e algumas situações que eles passam no dia a dia, envolvendo missões, entretenimentos em família e até situações embaraçosas.

Com isso e o foco do jogo sendo a pequena garota extremamente animada, logo aí conseguimos perceber que Anya é bastante extrovertida e possui uma personalidade forte, sendo determinada e frenética para realizar qualquer mínima ação.

E isso é provado com base no decorrer das missões que recebemos no jogo. O intuito de criar memórias nos levam a diversos ambientes, minigames e histórias fofas, sempre com o objetivo de unir e construir cada vez mais laços nessa família. E, falando nisso…

A “família”, não é bem uma família de sangue. A sinopse da obra de Tatsuya Endo nos conta que o agente Twilight foi convocado para iniciar uma missão em um país rival, e para isso precisa de um bom disfarce. Com isso e seu título de melhor espião do governo, ele decide declarar uma nova identidade em uma família constituída de uma filha, esposa e um cachorro, sendo Anya, Yor e Bond. Tem apenas um problema: ele precisa concluir esta “pequena” missão em apenas uma semana, se tornando um bom pai e esposo para parecer convincente.

Nesse sentido, as personalidades de cada personagem são muito exploradas, mas a história passa um pouco despercebida. Acredito que o jogo veio como uma parte específica, a vida sob o olhar de Anya, e que esse não era mesmo seu propósito inicial.

Mas, de toda forma, na minha visão isso poderia ter sido adicionado no início, como um modo história. Um contexto para aqueles que não conhecem as obras mas gostariam de jogar um jogo relaxante, divertido e cheio de cores entendendo do que se trata realmente.

A boa notícia é que o jogo parece agradar o seu público, pois quem já conhece a história vai perceber que os momentos que Anya quer se lembrar são alguns que foram mostrados nos episódios do anime. Assim, há uma proximidade muito grande entre os dois públicos, sendo um jogo divertido, fácil e, não ironicamente, familiar para se jogar.

Contudo, na minha visão, é um título que se repete muitas vezes em diversos aspectos. Eu me senti fazendo parte da rotina da família, mas não de um jeito totalmente bom, já que é uma rotina igual em todos os dias. Quero dizer que nos primeiros momentos, achei o jogo mais fofo do universo, estava encantada com todas as suas características, mas depois de duas horas de gameplay eu o achei cansativo.

É certo que ele possui diversos minigames e quebra-cabeças, mas não é o suficiente. Parece que os dias passam para que o final de semana (em que acontecem os passeios), chegue. Uma grande sátira à vida real.

De toda forma, os minigames são simples de serem jogados e bem legais. O meu preferido foi o da queimada, justamente por ter sido desafiador para mim na primeira vez e eu ter me estressado com um NPC (pois é…). Quis continuar jogando para melhorar meu desempenho, assim como ficava empolgada toda vez em que precisava tirar uma fotografia.

Ajustar ângulo, enquadramento, capturar expressões engraçadas, mexer com zoom out e zoom in e, por fim, tirar uma foto e guardar um momento legal no livro de memórias de Anya. É a parte mais divertida para mim! É quando podemos ver para que os passeios são planejados e como a garotinha fica feliz ao conseguir um registro legal para o seu álbum.

Além dessas questões, senti falta de alguns pontos nessa rotina, como por exemplo a escola. A menina frequenta as aulas, mas não tem algo tão aprimorado ali, apenas conversas com colegas e mais fotos para seu diário. Na minha opinião, foi um lugar pouco explorado e que tem potencial para que ela consiga informações que ajudem na sua missão principal.

Viver para recordar

SPYxANYA: Operation Memories, como já dito anteriormente, é um jogo bastante fofo e delicadamente caprichado. O que eu mais gostei na análise de gráficos, foi como os traços são idênticos aos do anime (ao ponto de parecer que estou assistindo a um novo episódio, e não jogando), e o quanto o jogo é colorido.

Além de utilizar muitas cores, são tons vibrantes, que expressam alegria e diversas emoções positivas. É mesmo um daquelas obras para se apreciar os detalhes enquanto joga, porque foi exatamente no que eu reparei em todo o tempo.

Com isso, posso afirmar que a trilha sonora também foi muito bem trabalhada. Há diversos estilos de músicas que casaram muito bem com o momento que Anya estava vivendo, desde os passeios até os minigames disponíveis em seu diário.

Agora, algo que eu acabei não gostando tanto, foi a movimentação da personagem. O fato de ser em terceira pessoa, os controles serem para frente, para trás e para os lados, e você precisar apertar a tecla de backspace para reposicionar a câmera e você saber sua localização, foi algo que me atrapalhou muito.

Por mais que os ambientes não sejam grandes, vez ou outra eu batia em alguma parede, ou até mesmo me perdia da missão ativa por não ter o direcionamento muito claro por conta desse problema dos controles. Acredito que se fosse algo mais fluido, e não parado, facilitaria muito e combinaria mais com esse estilo de jogo.

Levando em conta que o jogo pede como requisitos mínimos 8GB de RAM, processador Intel Core i3-8350 e placa de vídeo GTX 960 e eu joguei em um PC com 16GB de RAM, processador Intel Core i5-9400F e placa de vídeo GTX 1050 Ti, não sofri nenhum bug ou glitch, o jogo rodou perfeitamente.

Agradecemos à Bandai Namco Entertainment pela key de SPYxANYA: Operation Memories para PC.