Anunciado em meados de 2015, Hello Neighbor rapidamente conquistou uma verdadeira legião de fãs, que entre outras características do diferenciado jogo de terror, apresentava uma IA capaz de aprender com o jogador sobre seus costumes e modos de ficar escondido pelas áreas do gameplay, assim, dificultando ainda mais a forma sobre como não ser encontrado pelo misterioso vizinho. Entre erros e acertos, o game não alcançou o resultado esperado, mas foi o suficiente para a publisher tinyBuild apostar em Hello Neighbor 2 e fazer com que fosse possível enxergar a luz do dia no mês de dezembro de 2022. Logo abaixo, você confere minhas impressões sobre o jogo.
 

História

Como o jornalista investigativo de nome Quinton, somos convidados a conhecermos a tranquila e serena cidade de Raven Brooks (pelo menos é isso que eles querem que acreditamos), na qual alguns relatos dão conta de alguns misteriosos desaparecimentos envolvendo crianças estarem acontecendo. Durante uma ronda de praxe, avistamos uma criança sendo levada à força para dentro da casa de um adulto, e claramente isso chama sua atenção. Só que quando pensávamos em como fazer uma abordagem investigativa, o sinistro vizinho percebe que está sendo monitorado e parte para nos perseguir.

Durante a fuga, nosso veículo capota e somos levados como reféns por ninguém menos que ele: o Sr. Theodore Peterson, antagonista do primeiro game.



Ao sermos capturados e levados para um local que mais parece ser um controlador de todas as ruas da vizinhança, somos apresentados a um pequeno tutorial, no qual devemos completar tanto para entender como será o gameplay do jogo, quanto para conseguir enxergar melhor sobre como funcionam os quebra-cabeças. Mas claro, aqui não tem ninguém nos perseguindo, o que facilita bastante a vida.

Ao conseguirmos escapar, o “mundo aberto” da vizinhança é apresentado, mostrando como será a nossa caçada ao Sr. Theodore...ou como nós seremos caçados. Afinal de contas, não é apenas o misterioso vilão que quer um investigador longe de seus aposentos, mas sim o bairro inteiro. Exatamente isso que você está pensando. É todo um bairro contra você e suas mirabolantes ideias de investigar sem ser notado.

Ao conseguirmos escapar, o “mundo aberto” da vizinhança é apresentado, mostrando como será a nossa caçada ao Sr. Theodore...ou como nós seremos caçados. Afinal de contas, não é apenas o misterioso vilão que quer um investigador longe de seus aposentos, mas sim o bairro inteiro. Exatamente isso que você está pensando. É todo um bairro contra você e suas mirabolantes ideias de investigar sem ser notado.

Sem muitos spoilers, a história parece bem simples e direta, mas conforme você avança nas fases e descobre mais detalhes do passado do vizinho estranho, percebe que tem muito mais caroço nesse angu do que poderia imaginar.

Gameplay

Falando mais em detalhes sobre o gameplay, de fato, ele é bem simples e claro, mas apesar disso, na prática não funciona muito bem. Como o jogo se trata de pegar objetos, o controle é muito duro e dificulta bastante para conseguirmos mirar com clareza o que realmente queremos selecionar. E como na maioria das vezes estaremos sendo perseguidos (algo implacável, no qual falarei mais tarde), isso pode atrapalhar a progressão nas fases. 

A IA do game continua bem afiada, apesar de em alguns momentos ela não ser tão assertiva assim. Não foram poucos os momentos que era bem óbvio estar no radar dos perseguidores, mas os mesmos não fazerem nada. Mas se caso eu pisasse em algum brinquedo ou em um caco de vidro e até mesmo ligasse uma televisão, o sinal de perseguição era “ligado”, virando uma verdadeira caça ao rato.

A propósito, esse é um fator muito interessante, sobre como os objetos estão posicionados em lugares estratégicos, exatamente em pontos de interesse, que você demorar muito para fazer o que deve ser feito, a implacável perseguição começará. E caso você não tenha uma certa paciência, Hello Neighbor 2 pode se tornar frustrante. A falta de capricho em uma mecânica mais aguçada prejudica a experiência.

A investigação no bairro eleva o nível das perseguições e curiosidades, pois aqui você não fica preso somente a uma casa, mas “passeia” por outros lares, conhece padarias, restaurantes e até alguns cômodos secretos, que você jamais imaginaria ter nesses recintos.



Aqui fica o registro de como é visualizado e explícito de como você não é bem-vindo por ninguém e como eles fazem de tudo para “proteger” o Sr. Peterson, de alguma forma.

Da mesma forma que alguns objetos dificultam que permanecemos ocultos, outros nos ajudam bastante, como um pé de cabra e uma pá para cavar (talvez você pense que poderia deixar os inimigos tontos, mas não é o caso), perfeito para abrir passagens novas e outras rotas de fuga. Aliás, aconselho sempre passar por alguma janela, deixe a mesma aberta, pois talvez precise dela novamente.

Quinton conta com uma pequena maleta, no qual pode carregar até cinco objetos nela, mas aqui também estão inclusos chaves e outros objetos de interesse. Chama a atenção nesse ponto, que teve algumas vezes que quando era descoberto e expulso por algum inimigo, os itens voltavam na maleta, mas em outras situações isso não acontecia. 

E isso é um detalhe muito importante, pois se você esquecer algum objeto, pode ter de acabar que voltando para pegá-lo novamente, e acredite...isso não é legal quando acontece.



Hello Neighbor 2 não conta com nenhum diálogo, pois aqui tudo é contado através de cutscenes entre as cinco fases. Se você seja o tipo de pessoa que espera um enredo rico, com personagens marcantes, este jogo não é para você. Em resumo, você vai ter que desvendar quebra-cabeças e evitar chamar a atenção. 

Gráficos e trilha sonora

Assim como o primeiro jogo, Hello Neighbor 2 contas com gráficos 3D animados, lembrando um pouco o estilo de filmes de animação dos anos 2000, bem característicos e marcantes. Joguem no Xbox Series S e não tive problemas de taxas de quadro, nem nada do tipo. Em contrapartida, a trilha sonora é algo deveras simples, mas agrada em como o áudio de um objeto quebrando ou passando por cima é alto o suficiente para que você perceba que não deveria ter feito isso, ou deveria ter tomado mais cuidado. Claro, quando a perseguição é iniciada, até temos uma mudança no clímax, mas talvez pudesse ser algo mais tenso, que transmitisse mais a sensação de esconde-esconde.



Hello Neighbor 2 vale a pena?

Sem dúvidas que Hello Neighbor 2 é uma clara evolução so primeiro título. Com uma história simples, mas elaborada e ao mesmo tempo que desperta ainda mais a curiosidade do jogador para chegar ao final, o caminho é atrapalhado por vizinhos misteriosos e infelizmente também por um gameplay travado, que por mais minimalista que seja, é o ponto chave para que a experiência consiga ser balanceada entre a diversão e a tensão. Com puzzles inteligentes, o game consegue manter uma luz acesa no fim do túnel para uma continuação.

A review de Hello Neighbor 2 foi realizada em um Xbox Series S, via Xbox Game Pass.