Death Stranding 2: On the Beach é mais profundo, surreal e mais Kojima | Review

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Lançado em 26 de junho de 2025, exclusivamente para PlayStation 5, Death Stranding 2: On the Beach surpreende aos fãs de videogame ao redor do mundo, mas não quem já jogou exaustivamente o primeiro título da série e já sabia o que esperar da mente criativa de Hideo Kojima. Deixando algumas mecânicas diferenciadas mais amigáveis e trazendo aspectos de gameplay mais populares, o game é um forte candidato ao prêmio de melhor jogo do ano de 2025. Entenda o porquê logo abaixo.

Anteriormente, em Death Stranding... (spoilers do primeiro jogo)

Para quem não jogou o primeiro game (o que recomendo fortemente), Death Stranding é uma meditação interativa sobre isolamento e conexão. Após um evento cataclísmico que rompeu a fronteira entre vida e morte, o resto da humanidade vive fragmentada, escondida em bolsões de sobrevivência. Como Sam Porter Bridges, também conhecido como “o carteiro”, devemos não apenas entregar cargas, mas costurar laços entre pessoas, enfrentando solidão, fantasmas do passado e forças da natureza.

Depois de conectar todas as cidades pela Rede Quiral, Sam descobre que Amelie é uma entidade com o poder de acabar com a humanidade, e o Death Stranding foi apenas mais uma etapa do processo extintivo. Sam, com sua insistência em criar conexões e seu amor por pelo BB e convence Amelie de que a esperança ainda existe, adiando a extinção, motivada por laços humanos. Ainda no final, Sam resolve desconectar BB do sistema e o reanima. Com Sam chamando o bebê de Lou, um ato que simboliza o renascimento e a reconexão, fica o vislumbre do futuro estar em suas mãos. Será?

A história começa de Death Stranding 2 começa 11 meses após o final do primeiro jogo, com Sam vivendo isolado na fronteira do México junto da pequena Lou, que para sua surpresa, recebe a inusitada visita de Fragile, que tem uma proposta para o maior entregador que o mundo já viu: reconectar o México à Rede Quiral, o que funciona perfeitamente para nos acostumarmos novamente com alguns controles básicos do game, como aspectos de furtividade, entrega de cargas, interações sociais e combate. 

Após retornar desse breve início, Sam tem um grande baque em sua vida envolvendo Lou, que para ampará-lo, Fragile propõe que Sam continue a reconectar mais regiões, chegando até a Austrália, o que certamente fará com que conheça novos aliados, inimigos e muito mais.



Com um enredo conciso e bem explicado, até mesmo considerando a complexidade do tema e suas amplitudes, Death Stranding 2 se mostra muito mais maduro para o público e com isso aprende que é possível, sim, sair do comum e cativar novos jogadores.

Todos a bordo

A bordo do mais novo empreendimento da Drawbridges, conhecido como DHV Magalhães, uma clara homenagem ao navegador português Fernão de Magalhães, Sam não está só e conhece uma série de companheiros inusitados, o que mais uma vez caracteriza o jeito Kojima de contar uma boa história com personagens misteriosos e pitorescos, como Tarman, Dollman, Rainy, entre outros tripulantes.

A tripulação do incrível navio laboratório e quartel general DHV Magalhães, une ciênciamisticismo, drama pessoal e humor, criando um microcosmo narrativo que reflete os temas centrais de conexãovulnerabilidaderenovação do universo Death Stranding. 

Visualmente, a DHV Magalhães impressiona por sua personalidade própria, navegando por mares densos de alcatrão negro e servindo de base para os principais acontecimentos dos game. Não só isso, mas é incrível como o navio caiu como uma luva para Sam, ficando a impressão de que um está completamente ligado ao outro desde sempre, trazendo uma certa melancolia e a sensação de vazio único do mundo de Death Stranding.

O som do navio, os corredores silenciosos e a presença de figuras enigmáticas intensificam ainda mais a aura de mistério e tragédia que marca o jogo do início ao fim a partir do momento que Sam parte em busca de reconectar o planeta.



Seu pacote saiu para entrega

Claro! As entregas de carga continuam sendo o coração da jogabilidade de Death Stranding 2: On the Beach, mas agora estão mais variadas, perigosas e dinâmicas, com melhorias significativas em relação ao primeiro jogo, o que trouxe maiores opções e emoções para vivermos mais um dia de carteiro.

Sam Porter Bridges supera uma série de obstáculos para concluir suas entregas, como andar por terrenos montanhosos ainda mais complexos e impressionantes visualmente, explorar cidades submersas cheias de mistérios, conhecer regiões afetadas pela intensa chuva temporal, além de zonas quirais com tempo e gravidade alterados através do tempo, o que traz uma dinâmica muito interessante.

Sam Porter Bridges conta com um vasto arsenal de ferramentas e equipamentos para superar os novos desafios do mundo quiral, que trazem mais liberdade e criatividade ao game, até mesmo com uma asa planadora permitindo encurtar caminhos, um robô capaz de armazenar carga extra, um drone que consegue iluminar caminhos escuros, além de outros já conhecidos.

Já as ferramentas de locomoção e exploração permitem mais mobilidade para Sam, além de proteção e mais confiança ao enfrentar terrenos extremamente traiçoeiros, que graças ao bastão, são mais controláveis, além de servir como arma contra os diversos inimigos.

As condições climáticas também desempenham um papel importante. Caminhar por terrenos encharcados ou secos gera impactos distintos na locomoção. Além disso, certas cargas não podem ser expostas à chuva ou à luz solar direta, o que obriga o jogador a repensar rotas e horários, buscando não só o caminho mais seguro, mas também o momento ideal para prosseguir.

Não é exagero falar que Death Stranding 2: On the Beach está consideravelmente com mais ação e que isso tudo é uma reflexão e até mesmo uma clara evolução em relação ao gameplay de trazer um sentimento mais dinâmico para o público.

As Criaturas do Outro Lado 

No meu humilde ponto de vista, a maior diferença de Death Stranding 2: On the Beach para o primeiro título, sem dúvida é com relação ao combate e enfrentamento contra os diversos inimigos e ameaças. Eles estão mais variados, agressivos e imprevisíveis, sempre ligados aos temas centrais de isolamento, medo e conexão. E quando falamos de combate, falamos de algo que atrai mais jogadores casuais, que sempre falam que a ação de Death Stranding deixa muito a desejar, sendo chamado até mesmo de simulador de caminhada, o que é um pecado e muito injusto.

Os inimigos estão bem mais espertos agora, o que deixa as lutas mais empolgantes. Dá para ser furtivo, sim, mas essa opção ainda parece meio deixada de lado, pois o jogo incentiva o combate sempre que pode. O lado bom é que fica claro que você pode escolher como jogar, e isso deve agradar muitos marinheiros de primeira viagem com estilos bem diferentes. 

Sam passa a enfrentar facções humanas mais estruturadas, como os remanescentes das Mulas e um novo culto devotado à ideia de extinção. Esses grupos recorrem a emboscadas, sabotagens e armamentos baseados em tecnologia quiral. Além disso, surgem criaturas híbridas e deformadas, fruto da instabilidade entre os mundos físico e quiral, o que eleva significativamente o nível de desafio. O jogo reforça a sensação de perigo constante, exigindo tanto planejamento tático quanto capacidade de adaptação.



O auge da geração em muitas áreas

Falo com muita tranquilidade que essa geração ainda está engatinhando em todos os aspectos que envolvem um videogame. Mas graficamente é a primeira vez (talvez a segunda), que um jogo me impressiona com o seu visual.

Death Stranding 2: On the Beach apresenta avanços significativos em sua qualidade gráfica, explorando plenamente as capacidades técnicas da nova geração. O título exibe ambientes incrivelmente detalhados, com texturas realistas, trazendo formações naturais complexas até interiores sofisticados.

As animações faciais e corporais dos personagens possuem um nível tão alto de naturalidade, reforçando a profundidade narrativa. Não só isso, mas a implementação de tecnologias como ray tracing e áudio tridimensional aprimoram muito a experiência visual e sensorial, consolidando o jogo como um forte candidato ao GOTY 2025.

Sobre os controles do game, a utilização do DualSense traz feedback tátil avançado e gatilhos adaptativos, que variam a resistência conforme o peso da carga carregada por Sam, além de simular efeitos ambientais, como o impacto da chuva temporal e o terreno irregular, ampliando a imersão de uma forma impressionante e trazendo um ótimo equilíbrio.



A trilha sonora é um show a parte, sendo composta por artistas renomados da música, com uma mistura de elementos orquestrais, eletrônicos e experimentais que evocam diversos sentimentos, como solidão, tensão e esperança, reforçando como o jogo consegue passar emoção para os jogadores.

Agradecemos a PlayStation pelo envio da chave de Death Stranding 2: On the Beach para essa análise.
 

Death Stranding 2: On the Beach é mais profundo, surreal e mais Kojima | Review
Nota
90
Excelente

Maior, melhor, mais compreensível e sem deixar a “esquisitice” de Hideo Kojima de lado, Death Stranding 2: On the Beach consegue ir muito além de encantar os fãs do controverso diretor, trazendo o público casual para conhecer e reconectar o mundo quiral, contando especialmente com um combate mais intenso e dinâmico. Impressionando com seus gráficos, o jogo mostra que a geração ainda tem muito para nos encantar.

Pontuação

  • Jogabilidade
    90
  • Gráficos
    90
  • Áudio
    90
  • História
    90
  • Controles
    90
Critérios da pontuação
Sobre o autor
Sobre o jogo
Death Stranding 2: On The Beach
Death Stranding 2: On The Beach
  • Data de lançamento: 26 de junho de 2025
  • Desenvolvedora(s):
  • Publicadora(s):
  • Modo(s) de Jogo: Single player
  • Plataforma(s): PlayStation 5

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