Pacific Drive é uma árdua viagem rumo ao inexplorável | Review

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Desenvolvido pelo estúdio Ironwood, Pacific Drive foi lançado em 22 de fevereiro para Playstation 5 e PC, chamando a atenção de muita gente por tratar-se de jogo de sobrevivência, mas sobre rodas? Pois é exatamente essa a proposta desse curioso jogo, que promete ser uma viagem que provavelmente você não gostaria de estar realizando, mas no bom sentido.

Conheça a Zona de Exclusão

Durante os anos 90, uma cidade fictícia norte-americana foi assolada por uma série de fenômenos paranormais, além de diversas anomalias geradas por um experimento malsucedido em um laboratório, que fizeram com que o governo tomasse medidas drásticas de construir um muro ao redor da região, de forma a isolar os sinistros acontecimentos que por lá aconteciam, após inúmeras tentativas para contê-lo.

Você, como um verdadeiro stalker, está fazendo uma viagem para entregar documentos ao redor da agora conhecida como Zona de Exclusão, quando de repente acaba sendo sugado para dentro da área misteriosa e perigosa, fazendo com que seu objetivo seja sair da região o mais rápido possível antes que o pior aconteça.

Ao acordar logo após o tele transporte para a zona perigosa, nosso personagem percebe que está dentro de um carro e que tem uma voz misteriosa entrando em contato pelo rádio, explicando um pouco sobre o lugar e o que poderá ser feito para escapar com vida. Mas claro, alguns grandes favores serão necessários, além de muita sorte para não encontrar certas coisas que devem ser evitadas.

Com essa de temática de fenômenos sobrenaturais acontecendo enquanto percorre estradas misteriosas, é impossível não imaginar o que você faria em uma situação desse tipo. É muito clara a inspiração em obras como Contatos Imediatos de Terceiro Grau, Aniquilação, Piquenique na Estrada, Twin Peaks, entre outros, que abordam essa temática de criar um mundo no qual há uma razão e eventos sobrenaturais existirem de forma cotidiana.



Considero um ótimo pano de fundo, que faz voltar a minha infância, onde em qualquer passeio de carro com meus pais ficava sempre imaginando o que poderia existir nessas vegetações tão densas e profundas, mas que por algum motivo causavam a sensação de ser perigoso e concordar que é mais seguro ficar na estrada e dentro do carro.

Fiel Escudeiro

Como mencionado anteriormente, nosso personagem acorda misteriosamente dentro de um carro, e por se tratar de uma região mais ou menos comparando com Chernobil, todo e qualquer equipamento de proteção é necessário. A sensação que Pacific Drive nos passa logo que a cena acontece é de que fomos escolhidos pelo carro, de alguma forma. Não só isso, mas que sem ele não será possível durar mais do que cinco minutos.

Não podemos dizer que o automóvel se encontra como novo, então como sua jornada requer o maior nível de segurança possível, será de suma importância verificar o estado do veículo, se a bateria está funcionando, se os pneus não estão muito carecas, verificar o para-brisa, entre outros pequenos reparos. E logo você acaba percebendo que esses cuidados devem ser realizados de forma manual, ou seja, você terá que deixar o carro e fazer as verificações necessárias. Nada aqui é automático. Não só isso, mas o game não explica nada, além de conceitos bem básicos.

Para facilitar um pouco as coisas, nem todas as áreas são perigosas, conforme é explicado via rádio. Vou explicar com mais calma durante a análise de gameplay, mas grande parte dos consertos e trocas de equipamento podem ser feitos com tranquilidade em uma garagem, imune de qualquer possível ameaça (pelo menos até a publicação dessa review), permitindo deixar o veículo cada vez mais preparado para os perigos iminentes. Vale ressaltar que mais uma vez somos prejudicados pela falta de explicações mais detalhadas. Outro fator que pode prejudicar é pela falta de tradução para o idioma PT-BR, o que nos dias de hoje.



Um jogo e muitos elementos

Pacific Drive pode ser descrito como um jogo de sobrevivência, com elementos tradicionais de um bom roguelite, como por exemplo o fator de permadeath, no qual se você morrer no meio de uma missão, todos os itens são perdidos e o retorno para a garagem é imediato. Não só isso, mas pelo mapa do game ser gerado proceduralmente, anomalias, itens raros zonas de radiação, entre outros, mudam de lugar constantemente, o que pode ser bom e ruim para o jogador. Não sei vocês, mas nada me irrita tanto quanto estar terminando um objetivo, falhar de maneira tosca e ter que começar praticamente do zero.

Ao longo da jornada você percebe que não está “sozinho” e outras “pessoas” acabam pedindo alguns favores em troca de boas recompensas. Vale ressaltar que a dificuldade é bem gradativa, mas não existe um jeito correto de realizar um objetivo. Você pode optar por sair do carro e ser contaminado por radiação, mas estar mais próximo do seu alvo final, ou optar por preservar sua integridade física e percorrer um outro caminho dentro de seu fiel companheiro, mas claro, desde que ele esteja minimamente preparado para tal feito.

Vale registrar que além da garagem ser um dos poucos ambientes seguros, é lá onde a magia acontece. Digo isso pois é possível testar seus novos equipamentos, testá-los, aprová-los e até mesmo desmontá-los, visando algo de mais utilidade para ser fabricado. É um verdadeiro parque de diversões, mas em formato de bancada de oficina.

A cada run percorrida, muito provavelmente o veículo voltará com uma série de avarias, fazendo muito a necessidade de coleta de recursos, e acredite quando eu digo que todo o tipo de objeto encontrado pode ser útil em algum momento do jogo. Não só isso, mas além de encontrar esses futuros equipamentos, também iremos encontrar documentos contando um pouco mais sobre o que realmente aconteceu para a área ser excluída do mapa norte-americano.

Vale mencionar que por se tratar de um jogo de sobrevivência, o gerenciamento de itens é imprescindível por aqui e tudo deve ser muito bem estudado antes de usados para escapar de algo inesperado. Saia descartando itens e certamente não irá conseguir avançar na história de maneira alguma.



Com mecânicas precisas (apesar de um pouco confusas no início), infelizmente o game pega consideravelmente no quesito de acessibilidade, contando com ausência de aumento de legendas e um menu confuso, com informações que poderiam estar mais bem distribuídas.

A materialização da Zona de Exclusão

Contando com gráficos encantadores e sem nenhum tipo de bug (pelo menos até a publicação dessa análise), você certamente irá passar por um certo tipo de dejavú ao percorrer os cenários e áreas de risco de Pacific Drive, se você é fã de seriados como Arquivo X, Twin Peaks, Chernobil, entre tantos outros.

As diversas áreas do game são cobertas por detalhes e miram até mesmo uma certa áurea de mistério entrado entre tantas árvores e vegetações espessas e densas. Não só isso, mas quando os fenômenos sobrenaturais começam a surgir e anomalias cercarem o ambiente, é digno de tirar o chapéu por tanta informação na tela, mas ao mesmo tempo sentir que todas elas fazem parte de algo maior.

Realmente Pacific Drive me impressionou demais com sua atmosfera única, no qual mesmo um ambiente vazio e sem vida é capaz de transmitir uma sensação de profunda insegurança, que até mesmo os mais destemidos motoristas certamente vão sentir um certo medo de adentrar por um caminho repleto de pontos de interrogações mentais sobre o que pode ser encontrado.

Não posso esquecer de sugerir o uso de headsets para mergulhar de cabeça em Pacific Drive, que são minuciosamente perturbadores e cada fagulha de barulho certamente vai causar arrepios até mesmo os jogadores calvos.  



Pacifico e Caótico

Confesso que Pacific Drive me pegou de uma forma que jamais imaginei que um game de sobrevivência fosse fazer. Primeiramente porque ele foge muito da fórmula tradicional do gênero, mas mesmo assim ainda consegue manter sua essência. É algo até difícil de explicar com palavras, mas a minha sensação é que sou transportado para outro lugar e uma série de lembranças me vêm à tona.

Mesmo com um enredo de certa forma considerado raso, o que seria de uma boa história sem acontecimentos e descobertas ao longo da jornada, não é mesmo? Percorrer cada estrada da Zona de Exclusão é um enigma que pode ser desvendado apenas uma vez, já que após sua morte, tudo pode mudar de lugar e o efeito de repetição acontece. Talvez isso possa frustrar um pouco, mas faz parte da experiência.

Pacific Drive foi gentilmente cedido pela Publisher para essa análise, que foi feita no PS5.
 

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Nota
86
Excelente

Pacific Drive pode parecer um pouco complexo por falta de tutoriais mais detalhados e ausência de legendas em PT-BR, mas a partir do momento que isso é dominado, o game torna-se encantador e apresenta uma série de caminhos que você pode percorrer para conseguir superar (ou não), todas as adversidades. Se você, assim como eu, gosta de temas misteriosos, envolvendo forças que desconhecemos, o jogo é altamente recomendado.

Pontuação

  • Jogabilidade
    90
  • Gráficos
    80
  • Áudio
    90
  • História
    80
  • Controles
    90
Critérios da pontuação
Sobre o autor
Sobre o jogo
Pacific Drive
Pacific Drive

Comentários

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MGN
há 1 ano 0

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