Características principais

The Thaumaturge, desenvolvido pela Fool’s Theory e publicado pela 11 Bit Studio, será lançado em 04 de março de 2024 e estará disponível para Microsoft Windows, Xbox One e Series X e PlayStation 5.

Trata-se de um RPG tático, com câmera isométrica e combates em turnos, ambientado na Europa do século XX, trazendo uma história envolvente e decisões difíceis que guiam nossas habilidades para diversos caminhos possíveis.

O poder de um Taumaturgo

The Thaumaturge trouxe um estilo de jogo já bastante explorado ao longo dos anos, a dinâmica do RPG tático é bem trabalhada por aqui, seja durante a exploração ou durante os combates por turnos, que tem um funcionamento bem interessante.

Começando pela história do jogo, que, logo de início, já se mostrou bastante interessante, vez que o protagonista, Wictor, dá as caras de uma maneira bem misteriosa, com um semblante bem adoentado e aparenta possuir um grande desespero para arrumar um tratamento para sua “enfermidade”.

Dessa forma, inicialmente, nosso objetivo é localizar um curandeiro local, famoso por ter realmente uma “conexão com Deus”, e convencê-lo de nos ajudar a reestabelecer contato com nosso Salutor, uma espécie de espírito guia dos taumaturgos.

A parte mais interessante de toda essa apresentação inicial, é a introdução aos poderes de um taumaturgo, os quais são a alta capacidade de percepção e investigação de objetos, que levam a conclusões, que se tornam informação privilegiadas que são usadas para convencer pessoas a realizarem determinadas ações ou até mesmo capazes de revelar segredos e informações valiosas.

Vale ressaltar que Wictor não é necessariamente um protagonista do bem, já que um dos grandes charmes do jogo são as decisões moralmente ambíguas, já que todas as informações que adquirimos e ao formarmos nossas conclusões (mecânica base da resolução de problemas e convencimento) são usadas da maneira que o jogador bem entender. Nosso Salutor é parte fundamental nessa empreitada, já que ele tem um poder bem semelhante à hipnose, técnica essa que agrega demais à imersão na Europa do século XX, cercada de histórias sombrias e poderes sobrenaturais.

Esses detalhes de jogabilidade, durante toda a minha experiência, foram excelentes, já que foram capazes de construir uma ambientação fortíssima, aliado a uma tensão constante, peças fundamentais para a imersão do jogo.

O combate e seu desenvolvimento

Em se tratando do combate de The Thaumaturge, temos aqui um ponto que, durante toda minha experiência, foi bastante positivo, pelo fato de que a cadência do combate demanda estratégia para que você tome a menor quantidade de dano possível, quando esse não pode ser evitado.

A mecânica de combate se baseia em um sistema de previsão, na parte superior da tela temos acesso a uma interface que nos permite ver quando o inimigo vai nos atacar a depender do ataque escolhemos executar. Nossos ataques podem ser rápidos ou demorados, sendo os rápidos mais fracos e os lentos mais fortes, o que torna esse combate tático é a decisão de quando usarmos cada tipo de ataque.

Se usarmos o ataque mais demorado, o inimigo nos atacará nesse meio tempo, nos causando um pouco de dano, ou seja, a utilização dos ataques demorados tem que ser muito bem pensada, já que inimigos podem utilizar armas, facas e outros objetos cortantes que tendem a causar mais dano que apenas um soco.

The Thaumaturge é um jogo cheio de personalidade e extremamente interessante, muito se dá também pelo motor gráfico adotado, por se tratar de um projeto onde a ambientação é parte fundamental da imersão, a parte gráfica entrega tranquilamente uma experiência cinemática, visto que as próprias cutscenes aparentam ser em tempo real.

Em geral, The Thaumaturge é muito divertido e intrigante, qualidade que há algum tempo não vejo em um jogo lançamento, deixando seu ponto negativo apenas para alguns problemas de performance, como quedas abruptas de FPS. Creio que com a atualização de lançamento esse problema, principalmente, deva ser corrigido.

Um grande candidato ao sucesso

O lançamento de The Thaumaturge é um ponto muito positivo, na minha opinião, pois o conjunto oferecido é bem completo, a história caminha de um jeito muito natural e envolvente, nossas escolhas e atitudes são lembradas pelos NPCs e nossa estratégia de persuasão, investigação e combate é um ponto bem volátil para o nosso desenvolvimento, já que o jogo trabalha com um sistema de árvore de talentos, ou seja, nosso taumaturgo pode ter diversas personalidades e diversas maneiras de abordar uma mesma situação.

O jogo, num contexto geral, é muito fácil de se jogar, é possível fazer a maioria das coisas com o próprio mouse, jogando no PC, e o mapeamento de teclas é excelente, tanto para teclado, quanto para controles, os menus são bem intuitivos e a parte visual da interface tem sua identidade própria, bem charmoso, inclusive.

O jogo não é localizado em diversas línguas, o que é uma pena, faltam muitos idiomas que possuem enormes comunidades de jogadores que com certeza gostariam de ser beneficiados de uma tradução, ao menos textual.

O áudio do jogo é bom, a dublagem combina bastante com os personagens, a presença de sotaque também é uma característica a se destacar, além da trilha sonora, que traz músicas condizentes com a situação em que estamos, principalmente durante o combate.

Um estilo estigo, mas bem executado

Minha experiência com The Thaumaturge foi muito boa, apesar das quedas de FPS, me diverti bastante durante o jogo, sempre com a sensação de querer saber o que acontece depois, sentimento que, para mim, é essencial num jogo com história.

O jogo em si não é leve, a otimização não estava muito boa, mas consegui manter boas taxas de quadros durante boa parte do jogo, foi possível também testar o recurso de gerador de quadros e a tecnologia FSR3 da AMD.

Para essa review, o jogo foi experienciado no PC, usando a plataforma Steam. Agradeço à Fool’s Theory e 11 Bit Studio pela disponibilização da chave de acesso.