Uma jornada para se tornar o terror dos mares em Skull and Bones | Review

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Skull and Bones chega com o propósito de ser o suprassumo da experiência pirata nos videogames, buscando apresentar inovações mecânicas e batalhas de tirar o fôlego, mas será que tudo foi entregue?
Características principais

Skull and Bones, desenvolvido e publicado pela Ubisoft, foi lançado em 13 de fevereiro de 2024 e está disponível para Microsoft Windows, Xbox One e Series X e PlayStation 5.

Trata-se de um jogo de aventura e exploração em alto mar, focado em mecânicas de combates navais e saques, com uma história bem simples e algumas vezes escassa, mas que possui uma jogabilidade interessante e é capaz de entreter o jogador por um bom tempo. 



Grandes promessas

Skull and Bones estreou com grandes promessas de um jogo recheado de combates intensos, com foco em grandes explorações marítimas, além de uma boa história. Porém, o que temos na prática é um pouco diferente e um tanto quanto menos emocionante.

Começando pela história do jogo, à princípio, parece ser bem interessante, já que logo na primeira cinemática, vemos que fazemos parte de uma tripulação pirata que é cercada por uma esquadra britânica, situação em que somos derrotados e sobrevivemos ao naufrágio, sendo resgatado por duas pessoas à deriva no mar.

Dito isso, com o desenrolar inicial, nosso objetivo se torna localizar Sainte-Anne, o paraíso dos piratas, e começar nossa aventura para nos tornarmos o mais poderoso e o mais cruel de todos os mares.

A parte curiosa de toda essa história é que poucos minutos depois já localizamos essa cidade, ou seja, todo o hype gerado pelo jogo de que o paraíso dos piratas é um local quase místico e cheio de promessas, na verdade é a cidade inicial onde começamos nossa jornada, com um navio bem pequeno e sem tripulação, fazendo missões de coleta e exploração para dar início à construção de uma embarcação maior.

Foi um detalhe que, para mim, foi bastante frustrante, é claro que esperamos começar do zero e construir nosso império aos poucos, mas intitular uma cidade de “paraíso dos piratas” e já ter acesso em poucos minutos de jogo é um tanto quanto incongruente.



As peculiaridades da jogabilidade

Em se tratando da jogabilidade de Skull and Bones, temos aqui um ponto que, durante a minha experiência, foi bastante negativo.

Quando jogamos algum jogo tematizado com piratas, esperamos uma exploração digna de incontáveis horas, atracar seu navio em alguma ilha remota, saquear e matar tudo que encontra pela frente, beber e festejar, depois partir para a próxima aventura e assim por diante.

Por aqui, praticamente vivemos confinados dentro do navio, desembarcando apenas dentro de cidades, muitas chamadas de “zonas seguras” e dentro de destroços de navios, esses requerem pés-de-cabra para serem acessados, sendo separados por níveis, por exemplo: um navio um pouco menor é necessário que haja um pé-de-cabra nível um para que seja possível explorá-lo, enquanto um navio maior requer a ferramenta em um nível maior, seja dois, três e assim por diante.

Outro detalhe é que nas missões de coleta que mencionei, como não é possível descer do navio em qualquer lugar, ou coletamos os itens que estão boiando na água, ou estacionamos o navio na costa da ilha e coletamos os itens das árvores ou rasteiros, tudo de dentro do barco, por meio de mecânicas que se assemelham a quick time events.

Entendo que os desenvolvedores queiram trazer uma experiência diferente e inovadora, porém, a tentativa em Skull and Bones não foi muito bem-sucedida, haja vista que temos referências de jogos piratas que foram grandes marcos para suas épocas, como por exemplo, Assassin’s Creed IV: Black Flag, da própria Ubisoft e Sea of Thieves, que, ainda hoje, parece estar reinando sozinho nesse segmento.

Skull and Bones começa a ganhar um pouco mais de personalidade e se tornar mais interessante a partir do momento que construímos nosso primeiro barco de verdade, pois, a partir desse momento, podemos navegar mais longe, mais rápido e temos a verdadeira experiência do combate marítimo, já que parte da construção são os canhões.

O combate do jogo é, de longe, seu ponto mais interessante e mais atrativo, apesar de não termos muito a sensação de impacto dos tiros de canhão, o combate ainda sim é bem divertido, apesar de repetitivo e leva algum tempo para enjoar, uma parte bem interessante do combate é que quando deixamos navios inimigos com pouca vida, podemos aproximar e interceptá-los, momento que em que, na teoria, embarcaríamos e enfrentaríamos o restante dos inimigos em lutas corpo-a-corpo, porém, na prática, o que acontece é apenas uma cinemática dessa situação que acabei de descrever e logo que ela acaba o jogo aparece novamente com o navio já destruído e em chamas. Bem frustrante, né?!

Há um sistema de recursos no jogo que serve exclusivamente para crafting de itens e melhorias para o navio, além de possuir sistema de baús e esteticista que permite trocar a aparência física do personagem e suas roupas (compradas com dinheiro do jogo ou com dinheiro de verdade).

Skull and Bones, em geral, é divertido, mas falta muita coisa para que ele sequer seja um competidor aos seus concorrentes, o jogo tem seu charme, tem gráficos muito bonitos e uma trilha sonora espetacular, mas peca muito na jogabilidade.



A projeção de um futuro promissor

O lançamento de Skull and Bones foi, sem dúvidas, muito importante, pelo fato de que podemos ver que o jogo tem um potencial imenso, ele somente não foi bem aproveitado, mas acredito que é uma ótima oportunidade para se ouvir a comunidade que está se formando em volta do jogo para que ele se torne realmente um jogo pirata de relevância expressiva.

O jogo, num contexto geral, é bem tranquilo de se adaptar, sejam em controles, acesso à menus e crafting de itens, os pontos que visam melhorar a qualidade de vida para o gerenciamento do navio, das cargas e de reputação foram muito bem-feitos e merecem destaque positivo também.

O jogo é localizado em diversas línguas, e como sempre reforço, para que um jogo melhore e se mantenha, o investimento em acessibilidade para diversos idiomas é de extrema importância, pelo fato de gerar uma comunidade maior e consequentemente ter mais oportunidades e ideias de consertar os defeitos e reforçar as qualidades.



Um projeto ainda limitado, mas divertido

Minha experiência com Skull and Bones foi boa até certo ponto, senti muita falta de um combate mais completo e mais imersivo e a história também deixou um pouco a desejar, porém, não é um jogo ruim de forma alguma, apenas acredito ser necessário algumas melhorias, mas, de qualquer forma, me diverti bastante nas horas que joguei.

O jogo em si não é leve, mas senti que estava bem otimizado, com exceção de cidades, onde a taxa de quadros sofre quedas pelo número de elementos e jogadores a serem processados e renderizados.



Para essa review, o jogo foi experienciado no PC, usando a plataforma Ubisoft Connect. Agradeço à Ubisoft pela disponibilização da chave de acesso.
 

 
Uma jornada para se tornar o terror dos mares em Skull and Bones | Review
Nota
80
Excelente

Skull and Bones é um jogo de aventura e exploração, com temática de piratas, combates navais e gerenciamento de embarcações e recursos, com alguns defeitos e bastante pontos para melhorar, mas ainda é capaz de gerar bastante entretenimento.

Pontuação

  • Jogabilidade
    75
  • Gráficos
    85
  • Áudio
    91
  • História
    65
  • Controles
    85
Critérios da pontuação
Sobre o autor
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barbositos
Redator
Graduado em direito, fã de MMORPGs, séries e música.
Sobre o jogo
Skull & Bones
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