Arise!

Em um mundo onde o conflito interminável entre humanos e monstros é a regra, um caçador fraco assume o seu papel como protagonista. Sung Jinwoo, ao lado dos seus companheiros, precisa trazer ordem ao caos e por um fim nessa guerra infinita. Dos manhuas para o anime, e agora para o game, Solo Leveling chega para mostrar como é que se faz uma bela adaptação.

Com data para lançamento prevista para 08 de maio, Solo Leveling: Arise chegará até nós pela App Store, Google play e PC. Ajude Sung Jinwoo a trazer paz para a terra, se você for capaz…

Honrando os manhuas

Se você já assistiu o anime que dá nome (e propósito) ao game, essa será, certamente, uma experiência super interessante. Decidindo por uma estética original mas ainda assim bastante coerente com a origem do manhua, os desenvolvedores conseguiram recontar a história do Solo Leveling de uma forma completamente nova.  

Ao combinarem cutscenes criadas in-game com enquadramentos cinemáticos e trabalho de câmera com diversos planos sequência, os devs encontraram uma novo formato de recontar a história. Para mim, esse foi um trabalho de muita atenção e de reconhecimento da obra original, mas sobretudo de habilidade técnica, que reconstroi uma obra de altíssimo nível sem deixar a desejar.

Apesar de sempre me aprofundar na lore dos jogos em minhas análises, dessa vez, especialmente, não vou seguir por esse caminho para evitar spoilers lá no anime. Tá vendo… Seu escritor pode ser um cara legal… às vezes.

No mais, gostaria de dizer que fiquei bastante impressionado com a qualidade narrativa em geral. Tanto a forma de contar a história quanto a estética escolhida para torná-la significativa acertaram em cheio e foram capazes de modelar um produto realmente cativante. Dê uma chance. Você não vai se arrepender.

Um combate para ensinar como se faz

Semelhante a jogos como Honkai Impact, Solo Leveling: Arise entrega uma experiência frenética e bastante fluida. Com um combate em fases, onde, ao final, sempre haverá um chefão para ser enfrentado, você vai experimentar diferentes modos de combate em uma cadência realmente curta.

Para alguns, isso não é um problema, já que a experiência será sempre renovadora; mas para outros, talvez esse modelo torne-se repetitivo rapidamente. Para mim, a segunda opção começou a se mostrar realidade, até que fui me acostumando e tomando gosto pelo formato.

No game, você progredirá seu personagem principal e os seus companheiros, mais ou menos como acontece em Genshin Impact. Mas aqui, o protagonista, Sung Jinwoo, sempre será o seu carro chefe. Apesar de não poder trocar de personagem principal, isso se mostra favorável, sobretudo, ao desenvolvimento da história. No manhua, Jinwoo é o cara. Por que no jogo ele não seria?! Você não acharia estranho jogar Dragon Ball Z e ter o Kuririn como protagonista?! (Engraçado, mas estranho…).

Você terá a sua disposição um kit de habilidades e armas que poderão mudar seu estilo de combate. As armas possuem habilidades únicas, o que torna o combate mais personalizado e técnico, se esse for o seu objetivo.

As habilidades das armas e do jogador são divididas em duas categorias: Break e non-break. As habilidades de Break causam um pouco menos de dano, mas têm a propriedade adicional de destruir a barra de Guarda do chefe. Quando a barra de Guarda é quebrada, o chefe ficará atordoado por alguns momentos e também receberá dano extra de todas as fontes.

A jogabilidade é bem fluida e técnica, sobretudo na hora de esquivar. Esquivar de um ataque na hora certa causará um efeito de câmera lenta chamado Extreme Evasion, que ativará habilidades especiais que podem ser utilizadas como contra-ataque ou de forma tática.

Também existem outros efeitos de status que você pode causar com outras habilidades que equipar, que por sua vez também podem ativar outros golpes especiais. Essa variedade de golpes e efeitos me deixou impressionado, já que, em jogos do gênero esse nível de variedade e personalização não é comum. Ainda mais se pensarmos também no kit de habilidades dos nossos personagens aliados.

A depender do modo de jogo, você terá um determinado número de personagens aliados disponíveis para jogar. Eles podem contribuir diretamente no combate, com dano, cura ou outros efeitos especiais. Em alguns momentos, será possível jogar com eles, o que torna o combate mais único e a experiência bastante agradável. Essa particularidade me lembrou um pouco o Genshin Impact, mas com uma maior fluidez na troca e na sinergia entre os personagens.

Os outros modos de jogo que não incluem o Sung Jinwoo farão com que você controle cada membro de sua equipe um de cada vez e você pode alternar entre eles como nesses jogos gacha mais populares.

Por um lado, é muito legal ver a Netmarble realmente criar um sistema de progressão onde você eventualmente torna-se um personagem principal super poderoso, exatamente como era no manhua. Por outro lado, eles não queriam diminuir a importância do gacha deles, então eles apenas criaram um monte de outros sistemas obrigatórios completamente para excluir o Sung Jinwoo.

Isso é um pena, já que a progressão do Jinwoo é uma das partes mais divertidas do game, para mim. Apesar de bastante tradicional, a experiência de avançar com um personagem sempre é recompensadora.

Você poder distribuir pontos de atributo como quiser para construir seu personagem principal da forma que desejar é bem legal. Em relação ao manhua original, isso foi um belo de um acerto, já que o Sung Jinwoo ganha "5 pontos de estatística" por nível na história, e você pode atribuir 5 pontos de estatística por nível da conta.

O sistema de personagens aliados, por sua vez, é aquele sistema de progressão típico dos jogos gacha. O nivelamento é gratuito, porém, para avançar de verdade, você precisará investir aquele seu rico dinheirinho para ver a coisa caminhar de verdade.

Para amenizar a situação, todos os aliados têm animações e estilos de luta únicos, mostrando que a Netmarble dedicou-se ao jogo e que faz sentido investir no Solo Leveling.

Durante a gameplay, passei por diversos loadings, especialmente entre os menus do lobby, que quebravam a imersão e ritmo do jogo. Espero que a Netmarble resolva isso em breve, porque, no meu ponto de vista, é um ponto negativo realmente importante.

Vale considerar também que o game apresenta uma quantidade grande de sistemas de acúmulo de pontos e de missões, o que pode deixar o jogador um pouco perdido até se acostumar com o game por completo.

Estilizado e frenético

Solo Leveling: Arise entrega uma experiência visual que corresponde a todo o contexto do qual ele parte. Você vai ver criaturas gigantes e aterradoras, efeitos visuais de cair o queixo e personagens super cativantes. Além disso, os pontos de narrativa, que intercalam cinemáticas com recortes de manhua, são apresentados em sequências artísticas memoráveis e de altíssimo nível. Me encantei com o que vi e me empolguei bastante com a experiência. O game traz alguns elementos de concept que lembram, por exemplo Hi-fi Rush, mas à sua maneira. Isso corresponde bastante com a proposta original de recontar o manhua a partir de outra ótica.

A trilha sonora também é muito empolgante e embala muito bem os combates. Os efeitos também são convincentes e agradam bastante por serem bastante coerentes. A dublagem, por sua vez, deixa a desejar em alguns idiomas, como no Inglês. Não que seja completamente ruim, mas em comparação com os demais idiomas, como o Japonês, fica difícil não levantar o olhar para ela. 

Para essa review, Solo Leveling: Arise foi jogado no PC, através da Netmarble.