Sendo um rei em Norland | Review
Começando no vilarejo
Jogos do gênero de estratégia e planejamento sempre me mostram que por mais que sejam boas as minhas intenções e a dedicação alta por um objetivo, as vezes a falta de planejamento e conhecimento sobre as coisas falam mais alto e acabam por ruir tudo o que eu tentei construir durante minha gameplay, e com Norland não foi diferente, na verdade algo foi diferente, isso foi um pouco mais rápido que o habitual.
Não é que eu seja um jogador iniciante de jogos do gênero, é só que esse game engana em um primeiro momento, você escolhe os atributos do seu rei e alguns dos servos como irmãos e cônjuge, algo que é de certa forma familiar, mas você inicialmente entra pensando que vai ser um jogo tranquilo, ainda mais pelos gráficos divertidos que o jogo possui, mas cara, como eu estava enganado.
O jogo é bastante complexo, suas decisões podem ser bem punitivas, como por exemplo, eu comecei minha primeira run com minha esposa sequestrada em um acampamento de bandidos, depois de fazer o básico para o progresso da vila eu resolvi contratar alguns mercenários para me ajudar a resgatá-la, já que eu ainda não possuía meu próprio exército.
E essa parte é bem interessante pois ele introduz de forma bem breve um pouco de história. Não é nada muito complexo e não possui um grande roteiro, mas é legal que tenha isso no jogo pois dá sentido as coisas, seria meio estranho que minha esposa tivesse sido levada porque sim e não houvesse uma explicação para isso, então mesmo que seja raso, é um detalhe muito legal e um pouco incomum em jogos assim, onde as coisas acontecem sem esse plano de fundo.
E contratando eles a missão foi bem sucedida, resgatei a refém e consegui ainda alguns espólios, mas infelizmente uma hora a conta chega, e chegou bem pesado, regularmente vem um mercador a sua vila que pode trocar ou vender algumas mercadorias, e ele também é responsável por coletar algumas taxas do jogador, como por exemplo o aluguel de mercenários.
Então além de ter pago uma quantia altíssima de contratação, eu ainda tinha que fazer a manutenção deles, então eu tive que vender alguns dos meus recursos para suprir essa falta de dinheiro, porém virou uma bola de neve monetária que foi responsável pelo fim da minha primeira run, mas pelo menos foi divertido e suficiente para que eu aprendesse algumas mecânicas do game.
Administrar não é pra qualquer um
Como foi dito nos parágrafos anteriores, a preocupação com os recursos é bem importante, mas não é só com eles que você deve se preocupar, existem outras mecânicas que podem ser um problema caso você não dê a atenção devida a elas, como por exemplo o sistema de satisfação e lealdade dos membros do seu reino, sejam eles os escravos, plebeus ou até seu conselheiro e parentes.
Essa mecânica pode ter várias influencias desde os aldeões não terem algum lazer como a taverna ou os altares religiosos, onde eles podem se distrair, eles vão acabar perdendo rendimento nos trabalhos, produzindo menos farinha por exemplo, e por sua vez gerando menos cerveja, e consequentemente com menos bebida para que eles possam se alimentar e assim acabar com uma crise no reino.
Isso afeta também os membros mais importantes e funcionais como seus parentes e conselheiros, onde caso você os sobrecarregue com muitas funções, o nível de satisfação deles cai drasticamente, e quando eles ficam zangados, além de não cumprirem suas tarefas rapidamente eles podem fazer um atentado contra o rei e mata-lo.
Mas para resolver o problema de satisfação não é muito difícil, no caso dos aldeões como foi dito basta arrumar diversão, enquanto os nobres você tem algumas opções, dar dinheiro a eles é uma das que não gera consequências negativas além de perda de um pouco de patrimônio, ou outra opção que aumenta muito sua lealdade mas gera um debuff de “medo” neles, que seria a ameaça, onde você pode intimida-lo para que não faça nenhum atentado e se mantenha leal, mas gerando esse debuff que atrasa o ganho natural de satisfação.
Outros pontos importantes que devem ser observados é o estado geopolítico do mapa, os outros reinos ao redor do seu vão tendo suas próprias atividades, entrando em combate, estando em momentos propícios para casamentos com descendentes dos reis, e eles também tem seu nível de amizade com seu reino, que são influenciados com suas decisões e também quando algum representante deles vai visitar sua vila.
Qual rumo devemos tomar?
No fim das contas o jogo tem várias mecânicas interessantes, os boletins diários que te contam sobre o clima, produção e o estado das outras nações, o sistema de casamentos, herdeiros e filhos bastardos que é algo que é muito interessante e ajuda a justificar uma maior população além das pessoas que se mudam pra cidade.
Foi visível aqui algumas diferenças para jogos do gênero, além de ter alguns elementos que o diferenciam, não somente falando da parte estética do jogo, mas também para algumas mecânicas, que tornam o game muito mais complexo e completo de certa forma, fugindo da gameplay do casual e indo para um lado mais sério e se aproximando mais de um simulador.
E falando em gráficos, por mais que eles enganem inicialmente fazendo o jogo parecer bobinho, acaba que no final eles combinam muito bem, pois eles fazem seu papel de ser algo agradável aos olhos e se integram bem ao universo do game, mas não roubam a cena e nem tiram o foco do principal que é a gameplay.
A parte sonora também é bem semelhante aos gráficos, foi bem produzida e ajuda a te imergir, mas está longe de ser o foco principal, ela faz o feijão com arroz muito bem, o que é ótimo pois não viemos aqui atrás de grandes obras audiovisuais, e sim atrás de uma gameplay digna de um rei, e isso conseguimos aqui.
Por tudo isso acredito que Norland é um jogo muito bom e altamente recomendável para os já fãs do gênero de gerenciamento e estratégia, pois apresenta uma gameplay divertida e desafiadora, mas que talvez não seja uma boa pedida para novos jogadores que não estejam acostumados a lidar com tantas informações.
Agradecemos a Hooded Horse por disponibilizar a chave do jogo em antecipado e fazer esse conteúdo possível.
Nota
Sobre o jogo
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