Início de uma Lenda

Palworld é um daqueles títulos que possuem uma boa história, mas que é pouco mostrada. É algo que você mais sente do que lê ou escuta. Por exemplo, no início da gameplay, começamos em um local com ambientação característica de ruínas, como se estivesse abandonado há muito tempo.

Nisso, precisamos explorar o entorno enquanto fazemos missões que pertencem ao tutorial. As primeiras missões são bem simples, apenas para que conheçamos o propósito do jogo e para nos familiarizar com o seu estilo, não mostrando nada de sua história.

Dessa forma, pode-se perceber que não é uma obra que vai ter foco na narrativa, mas sim no modo de jogo e, mais pra frente, dificuldade, ação, sistemas de missões e recompensas e por aí vai.

Não quer dizer que seja algo ruim, se você for um jogador que goste de um contexto e, portanto, de narrativa, é possível ler guias dentro do jogo (no menu “Guia de Sobrevivência”) que vão te deixar por dentro de tudo e que ainda vão te ajudar a iniciar sua aventura com maior facilidade.



O domador

De começo, já dá para entender que os Pals são os companheiros que iremos capturar e levar conosco em aventuras. Nos primeiros segundos de jogo nos é mostrado uma cutscene em que três dos bichinhos percebem nossa presença e nos olham confusos, até se assustarem e saírem correndo quando nos levantamos.

Isso mostra que a maioria deles são medrosos e vão tentar fugir de nós enquanto estivermos por perto. Só que, resumidamente, nosso objetivo aqui é destruir as torres do mapa (que contém treinadores e chefes de batalha), mas, para isso, temos muito chão pela frente: capturar, combinar poderes e tipos de criaturas, subir o nível e batalhar para nos tornarmos o maior domador de Pals de todas as regiões.

E só vamos conseguir isso com muita exploração, que é o foco do jogo. A melhor parte (na minha opinião) é a presença do mundo aberto, que possibilita uma exploração variada, sem pausa e nada monótona, sem ter que ficar esperando em telas de carregamento.



Dessa forma, a captura dos Pals é um pouco diferente. É necessário dar dano (batendo com a mão ou uma arma) para que eles fiquem com pouca vida e tenham a chance (medida em porcentagem) aumentada de captura. Para isso, é também preciso ter - ou encontrar por aí - uma cápsula de Pal, que é o utilitário mais importante no começo do jogo.

Assim, com a cápsula de Pal em mãos, basta ir até a criatura desejada e dar dano até ele ficar com pouca vida, para jogar a cápsula e capturá-lo. Em seguida, você estará com ele na sua “mochila”, sendo um membro da sua equipe e podendo te ajudar em inúmeras funções.

Com uma certa quantidade de capturas e utilitários, você pode começar a construir sua base e criar uma caixa de Pal, que permite o armazenamento dos bichos ali dentro e que não ocupem espaço na sua mochila. Na caixa, eles se curam, se alimentam e ficam prontos para te ajudar!



Pals (que significa companheiros) podem cooperar com suas obras ajudando a construí-las, já que quando você cria algo é como se fosse um esboço, sendo preciso um certo tempo para terminar sua construção, mas apenas se você colocá-los em sua base e os deixarem trabalhar. Cada Pal, por ter uma tipagem diferente (status que determina poderes e fraquezas), pode ser útil em tarefas variadas e basta você escolher o melhor tipo para cada atividade.

Eles também podem te acompanhar em batalhas, ajudando a lutar ou até te servindo de arma (podendo ser carregado pelo seu personagem e realmente utilizado como uma), além de ser possível montar em cima deles e usá-los como meio de transporte. É uma loucura.

Pode ser possível que no meio da sua aventura você encontre Pals especiais, que fazem um barulho bem alto que até pode incomodar. Se você o avistar, vai perceber que ele é muito maior que os outros comparados à sua espécie, e é bem legal colecionar vários desses.

Por ser um jogo de aventura focado na sobrevivência e exploração, temos muitos lugares para visitar e buscar recursos. O sistema de missões existente ajuda muito o jogador a não se perder, já que mesmo tendo que fazer mais do mesmo, ainda há tarefas que demandam mais tempo e habilidade. No começo, são dadas missões para concluir um tutorial que deixa o objetivo do jogo um pouco mais claro, e conforme o progresso do jogo, elas tendem a ficar mais difíceis. 



Basicamente, existem diversos mecanismos que você pode aproveitar: captura de Pals, missões, lutas PVE, construções (de base e casa), personalização de roupas, tecnologias, trabalho manual e muito mais. Com isso, existe uma grande variedade de tarefas, mas que se repetem muitas vezes em um mesmo dia para que tudo evolua em conjunto.

Por exemplo, para que eu consiga melhorar meu nível de jogador e aumentar meus status, é preciso que eu explore e cace criaturas, para que eu upe a tecnologia da minha base, para que eu aprenda novas receitas, para que eu aprimore minhas armas e lute contra personagens mais fortes. Ufa!

Então, de certa forma, há muitas atividades para fazer, mas você acaba criando uma rotina dependendo do que vai focar. Explorar, caçar, upar, melhorar e lutar, e assim por diante.

Sobre as lutas, foi algo que eu gostei bastante, por mais que seja um momento em que tenha muita poluição visual. O fato de ter muitas habilidades aparecendo ao mesmo tempo na tela é algo que pode assustar jogadores que não estão acostumados com essa adrenalina da batalha, mas que é comum em jogos desse gênero.

É até um ponto legal pela variedade de poderes e tipagem dos Pals, que tornam cada luta única. E também pela questão de equilíbrio, já que em sua maioria o jogo é bem tranquilo, como se cada atividade fosse feita no seu tempo e com calma, e ter lutas maiores de vez em quando é bem legal.

E, por conta disso, posso dizer que Palworld é um jogo que atende a diferentes estilos de gameplay. Seja você uma pessoa que gosta de ação, ou uma pessoa que gosta de calmaria, que fica mais por conta do farm e desbloqueio de conquistas, esse jogo vai ser muito proveitoso, independentemente. Por ter mundo aberto, diferentes tipos de arma, customização de personagem, biomas diversos, missões e muitas atividades, Palworld é um jogo completo sobre aventura, ação e exploração.

Clássico e bonito

A obra possui gráficos clássicos, que dão uma ambientação de antiguidade perfeita. O que me chamou bastante atenção no começo (e ainda horas depois de gameplay) foram as ruínas, que dão um ar de que existia vida ali, com construções, comunidades e atividades o tempo todo. Com o passar do tempo, encontramos lugares mais “avançados” e com grandes instalações que também é possível ver de longe, no cenário do jogo.

Isso só me trouxe curiosidade de continuar explorando e evoluindo para poder chegar a esses locais tão distantes. Eram sim mais evoluídos, mas continham a mesma temática, o que me fez pensar que o passado naquele lugar era totalmente diferente do que eu estava imaginando.

E o fato do mundo carregar aos poucos, conforme avançamos, deixa ainda mais esse ar de mistério. Gostei bastante da arte do jogo em geral, do desenho das criaturas, dos personagens, dos gráficos, das animações e dos biomas. 



Com isso, os gráficos de som (principalmente sons ambiente) também me cativaram muito. Durante as batalhas, podemos apreciar diferentes músicas, e claro que variados sons dos poderes dos bichos ao redor. O jogo possui barulhos característicos como os de água, passos, correria, sons do próprio entorno, armas (machado, picareta, taco, arco e flecha etc) que agregam muito nessa parte.

A escolha da trilha sonora foi simplesmente perfeita, eu adorava quando começava uma luta contra um Pal e uma música tocava, até eu conseguir capturá-lo e um som alegre passar, como se eu tivesse feito uma conquista na plataforma. Acho legal porque é um detalhe que se torna uma característica bem importante, é um som que vai ser lembrado independente de onde você escutar, como os de jogos mais antigos e marcantes em nossas vidas.

Palworld pede como requisitos mínimos 16 GB de RAM, processador Intel Core i5-3570 e placa de vídeo GeForce GTX 1050 Ti. Eu o joguei em um PC com 16 GB de RAM, processador Intel Core i5-9400F e placa de vídeo GTX 1050 Ti e não sofri nenhum bug ou glitch, mas pelo jogo estar em acesso antecipado, houve alguns momentos em que crashou e travou por alguns segundos (mas que não foi tão significativo a ponto de atrapalhar a gameplay).