Ninghtingale – O grind te leva a outros mundos | Review

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Nightingale é um jogo de sobrevivência desenvolvido e publicado pela Inflexion Games, em que você embarca num mundo fantasioso que se passa na Era Vitoriana (ingleses, século XIX) com uma temática steampunk. O game foi lançado em acesso antecipado dia 20 de fevereiro de 2024 para a plataforma Windows (PC).

Um universo multidimensional

Sua jornada em Nightingale se inicia após o planeta Terra sofrer uma catástrofe e você, como um viajante interdimensional, escapar para outra dimensão. Lá, você encontrará com Puck, o antagonista do game, que te deixará com a missão nada fácil de chegar em “Nightingale”, a cidade mágica em que os Realm Walkers (sobreviventes do cataclisma mágico na Terra) chamam de lar.

No início do jogo, algumas coisas foram perceptíveis sem muito esforço: primeiro, os visuais estão lindos – e não só lindos, é uma arte que realmente te coloca imerso num mundo fantasioso –; segundo, o jogo está com uma performance ruim – falaremos melhor disso mais à frente –; e por fim, o áudio do game no geral está muito bom, também.

Começando pelo primeiro, a arte visual! É inegável, o jogo está bem bonito. Apesar da iluminação fantástica e do design de mundo que te imerge na fantasia, é perceptível que ainda falta alguns polimentos, tanto de otimização, quanto em texturas, animações e efeitos, que no fim podem ser ignorados por se tratar de um jogo em acesso antecipado recém lançado. Dentre todos, as animações eram o tópico que mais me desagradou e mais me pareceram primitivas. Entretanto, no geral, é fato que o jogo quando completo será maravilhosamente bonito.

A temática Vitoriana e steampunk são muito bem construídas a partir das vestimentas e da HUD do game. Os desenvolvedores mandaram muito bem na confecção das vestimentas dos personagens... É incrível as vezes como você está cercado de nada mais que vegetação e, ainda assim, só com o estilo da luva do personagem em primeira pessoa você consegue se sentir imerso no tema. Entretanto, apesar da HUD contribuir bastante com o tema, sinto que muitas vezes ela contém muita informação e não é muito intuitiva. Nas horas iniciais do jogo é uma luta constante para achar as coisas e entender o que se passa na sua tela.

Indo para o segundo ponto, quanto a performance, bateremos de frente com um dos pontos mais legais do jogo. Nightingale mistura temáticas e conceitos muito inovadores para o mundo dos jogos de sobrevivência – como, por exemplo, o fato de você poder atravessar portais arcanos para viajar para outras dimensões –. Apesar de eu achar a ideia muito irada e chamativa, é complicado quando ela se choca com o problema do tempo de carregamento quando você atravessa um portal dimensional. Nesse momento específico eu ficava um pouco desanimado de jogar – sempre que eu tinha que atravessar o portal para ir para outra dimensão ou voltar para a minha base me dava uma leve preguiça devido a longa espera na tela de carregamento –.

Quanto à performance dentro de jogo, sinto que o jogo ainda não está lapidado, nem bom para lançar na íntegra. Entretanto, mais uma vez, por se tratar de acesso antecipado, acredito que está sim tudo bem – um PC mediano sofre um pouco pra rodar o jogo –.

Abordando o terceiro ponto, o áudio do game: a dublagem de voz está numa qualidade excelente, apesar de um pouco escassa, assim como os efeitos sonoros e o som de ambiência. Estes últimos estão no ponto certo! Enquanto você caminha pelos diferentes biomas, os sons que o mundo emite o faz parecer que está vivo e realmente traz essa vibe meio mágica e fantasiosa. Eu realmente gosto do que eu ouço no game.

Mecânicas de sobrevivência e jogabilidades

Vamos ao que interessa! Aqui é onde eu sinto que o jogo precisará de mais um tempo para que atinja seu potencial e brilhe conforme as expectativas. No geral, as mecânicas de Nightingale são bem semelhantes aos demais jogos de sobrevivência, com algumas outras pequenas adições:

A barra de ferramentas ao invés de ser numerada de 1-10, ela é separada em duas barras, sendo uma referente ao item que você segura na mão principal (indo de 1-5) e a outra para itens da mão secundária (6-0). De certa forma, é genial colocar duas barras de ferramentas na HUD e você conseguir mudar os itens das duas mãos sem ter que acessar o inventário. De outra, é bem irritante o fato de que são mais do que 5 ferramentas que você utiliza em sua gameplay básica e toda hora você tem que ficar abrindo o inventário para mudar o item da mão principal. Além disso, não é possível usar o scroll do mouse para navegar na barra de ferramentas. Por fim, não sei muito bem como me sentir quanto a isso, pois, como disse anteriormente, é genial e irritante/frustrante ao mesmo tempo.

Cada tipo de pele de animal é dividido em Presa ou Predador, além disso, existem diferentes níveis de pele. E além disso, há pele lendária, pele de inseto... E cada um deles ocupa um slot diferente de inventário... Pode ter certeza que todos os seus baús estarão cheios de pele. E aí fica a pergunta: por que ter seis tipos de pele quando se vai craftar, os itens aceitam qualquer tipo de pele? A mesma lógica se aplica aos minérios, gemas, tipos de munição, fibras, tecidos, botões, lingotes... há muitos itens desnecessários. Vira um caos o seu inventário e os baús de armazenamento da sua base, se torna algo contra intuitivo e polui visualmente.

Quanto ao combate, assim como os demais pontos, ainda precisa de mais desenvolvimento para atingir seu potencial. Como dito anteriormente sobre as animações, os mobs possuem animações muito repetitivas e primitivas, o que torna um pouco menos emocionante o combate. Além disso, não se tem muito para explorar quanto a padrões de ataques dos inimigos ou como se deve lutar contra cada um. No geral, você escolhe uma arma que te apeteça e desce a porrada nele até seu vigor acabar ou ele parar de se mexer – normalmente a primeira opção acontece algumas vezes antes da segunda opção –. Existe a mecânica de que certos oponentes tomam mais dano de tipos de arma específicos (concussivo, cortante, mágico). Ainda assim, sinto que ainda encaixa no exemplo que dei anteriormente: escolhe a arma que dá mais dano e bate até acabar.

Por fim, abordaremos a forma de progressão de Nightingale. O jogo é repleto de diferentes dimensões com diversas configurações e cada mundo desse é cheio de dungeons e quebra-cabeças a se resolver e explorar.  Apesar de isso soar extremamente convidativo e divertido, temos alguns problemas: o grind infinito/progressão lenta e a repetitividade do conteúdo jogável.

Começando pela progressão lenta: para se ter uma ideia, apenas o tutorial leva em torno de quase uma hora para finalizá-lo. Em resumo, é preciso farmar muitos recursos para conseguir craftar os itens necessários para a progressão e, conforme você progride, mais recurso ainda se gasta. E apesar de toda hora você estar construindo e liberando algum item novo, nem sempre você tem a sensação de estar evoluindo... O jogo não é muito recompensador.

– Assim que você consegue coletar essências (a “moeda” que você utiliza para melhorar seus equipamentos e comprar novas tecnologias), você compra uma tecnologia de bancada nova no comerciante. Feliz, você vai e constrói a bancada achando que craftaria novos itens que te aumentarão o desempenho na gameplay. Entretanto, a muitas das novas bancadas te possibilitam criar apenas recursos novos e não exatamente itens. É como se você tivesse que utilizar pelo menos três bancadas para conseguir obter os recursos manufaturados para aí sim construir o item produto final –. No geral, são complicações que deixam o jogo menos intuitivo.

Quanto a repetitividade do conteúdo, ao chegar no end game, as novas dimensões geradas por novos portais na verdade é apenas um rearranjo daquilo que você já jogou. Os quebra-cabeças e as dungeons repetem a estrutura e os mobs que os habitam. E assim como dito anteriormente, o game só te exige mais recurso. Então você fica num loop de grind infinito para chegar a uma dimensão “nova” que você “já conhece”. Mas, obviamente, como o jogo tem progressão lenta, para você chegar nesse ponto, há um certo tempo de gameplay.

No fim, Nightingale nos traz uma experiência cheia de conceitos e ideias inovadoras que enriquecem muito o gênero de sobrevivência. Entretanto, se mostra um jogo que ainda precisa de maior desenvolvimento para atingir seu potencial e também as expectativas que eram alinhadas a seu lançamento oficial.

Lembrando que esta review foi feita no lançamento de Nightingale como acesso antecipado!

E para a construção desta review, Nightingale foi jogado na plataforma Epic Games, em Windows (PC).
 

Ninghtingale – O grind te leva a outros mundos | Review
Nota
81
Excelente

Nightingale é um jogo de sobrevivência que se enriquece de um contexto cativante cheio de ideias e conceitos inovadores, utilizando-se de temas como steampunk e Era Vitoriana em sua criação de mundo. Apesar disso, o lançamento em acesso antecipado vem carregado de algumas lacunas em conteúdo de gameplay e alguns problemas de performance. Por fim, é um jogo que tem um potencial brilhante a ser atingido, podendo fazer história nos games de gênero sobrevivência.

Pontuação

  • Jogabilidade
    70
  • Gráficos
    88
  • Áudio
    90
  • História
    80
  • Controles
    80
Critérios da pontuação
Sobre o autor
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fefemotta
Redator
Faço psicologia, estudo música como hobby, jogo desde os meus quatro aninhos (Tibia e CS) e gosto de vivenciar novas experiências!

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