DAWN OF DEFIANCE – Desafie e sobreviva os mestres do Olimpo | Review

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Dawn of Defiance é um jogo de sobrevivência em mundo aberto que tem como temática a mitologia grega. O jogo foi desenvolvido pela Traega Entertainment e teve seu early access publicado pela mesma empresa em 15 de agosto de 2024 para a plataforma Microsoft Windows (PC).

Antes de iniciarmos a review, gostaria de agradecer à Traega Entertainment por nos enviar Dawn of Defiance e nos possibilitar a criação deste conteúdo!

Trama Mitológica de Dawn of Defiance

Ao adentrarmos no mundo de Dawn of Defiance, imergimos como desafiantes dos Deuses, transportados por Caronte (é o barqueiro de Hades, que carrega as almas dos recém-mortos para o mundo dos mortos) para Forgotten Crossroads com propósitos misteriosos – seria uma obra dos próprios Deuses do Olimpo? –.  É neste cenário esotérico que você, jogador, é colocado para desenvolver suas habilidades e seus poderes de desafiante numa trama planejada pelos Deuses.

Apesar deste contexto potente, o enredo não é tão bem explorado durante a jogabilidade. As tarefas que lhe são dadas, pelo menos no início do game, não são passadas por nenhum personagem, ou sequer segue uma coesão de narrativa, elas apenas existem e você as cumpre, como se fosse um tutorial. Dado que o jogo está em early access, isso é, de certa forma, aceitável e até te permite sonhar com um cenário mais bem construído no futuro, afinal, a temática (mitologia grega) pela qual Dawn of Defiance se passa é extremamente rica e, se tratando de um jogo mundo aberto, possibilita inúmeros caminhos a se percorrer. No geral, a narrativa do jogo, no estágio atual, é praticamente inexistente e sinto que pode ser explorada de forma muito melhor no decorrer do desenvolvimento.

Construção do mundo e mecânicas promissoras em Dawn of Defiance

Em oposição ao estágio que está o desenvolvimento da narrativa, o mundo do game, os itens e as construções, tanto visualmente falando quanto de gameplay, se apresentam de maneira um pouco mais sólida e, na minha concepção, se mostram indo na direção correta. Com tantos games de sobrevivência no mercado atual, é difícil de se falar em algo totalmente inovador, entretanto, Dawn of Defiance traz algumas coisas que dá para se dizer que não são convencionais ou clichês.

O primeiro ponto é algo que já citamos aqui, a temática que envolve o game. Eu, particularmente, adoro a mitologia grega e, por se tratar de uma das culturas antigas que mais temos informações registradas, penso que dá para se explorar e construir um cenário riquíssimo em torno dela. Um jogo que possui uma base universal bem construída tem muito potencial para ser coeso e sólido. Agora, vai depender de como vai se dar o desenvolver do cosmos do jogo ao longo do tempo...

O segundo ponto seria a jogabilidade e o sistema de caça, que é um ponto crucial dentro do jogo. Grande parte dos recursos provém dessa atividade, então não tem muito como escapar dela. Se eu percebi direito enquanto jogava, quanto mais hits você dá no animalzinho, mais você “piora” a qualidade da carcaça do bicho. E, claro, quanto pior a carcaça, pior os espólios que você obterá. Isso não interfere só em quais itens você pode obter, mas também na quantidade deles. Então, o jogo beneficia aquele jogador que tem a mirinha em dia com o arco e consegue dar acerto crítico no animal (tiros na cabeça).

Além disso, normalmente nos jogos de sobrevivência você esfola a sua caça ali em campo de atuação mesmo e, com isso, você obtém os espólios. Em Dawn of Defiance, você precisa levar a carcaça para uma estação de açougue para poder separar as partes e conseguir obter os recursos utilizáveis. No geral, eu gostei bastante do sistema de caça e acho que se colocar mais conteúdo (adicionar mais alguns animais e mais itens craftáveis que possamos fazer com os espólios provenientes deles) dá para chegar na excelência.

Outro ponto que sinto que agrega demais para um jogo de sobrevivência, apesar de não ser inovador, é o sistema de níveis em life skill (habilidades sem ser de combate). Eu sinto que agrega demais ao scaling do jogo e não tem melhor sensação que poder ficar looteando recursos infinitamente e ainda poder upar seus níveis de habilidade com isso. Além de ser satisfatório, um sistema bem elaborado de life skill permite caminhos ricos de nivelamento, fazendo com que o jogador queira se dedicar a certas habilidades não unicamente pelo recurso, apenas. Mais uma vez, por se tratar de um jogo early access que acaba de ser lançado, temos sistemas muito embrionários no game, mas pelo que já foi esboçado pelos desenvolvedores, dá para se criar boas expectativas de um potente game de sobrevivência.

Um caminho fluido, mas escasso

Agora, gostaria de abordar um pouco mais rapidamente sobre os outros campos da jogabilidade de Dawn of Defiance. Começando pelo combate, sinto que vou para o mesmo caminho dos outros pontos que abordei de forma positiva no texto até então: ainda sinto que é um sistema simples e precisa se desenvolver melhor, principalmente no que se trata de artifícios e variabilidades de combate. Nesse sentido, falta algum ataque ou possível combo, pois ainda se trata de ataque, esquiva e defesa, apenas. Apesar disso, no geral, é um combate fluido, o que é um ponto extremamente positivo, afinal, a grande maioria dos games pecam pela falta de fluidez no combate, que é algo fundamental para ser divertido. Então mais uma vez, aponta para um caminho interessante, mas sinto que falta um pouquinho mais de conteúdo, principalmente, pois em questão de refinamento o combate já está indo muito bem!

Quanto à jogabilidade de gerenciamento de bases, coleta de recursos e crafting, opinarei que o jogo vai à mesma direção do combate! Não queria ficar repetindo as mesmas coisas, mas é o que é... É fluido, não é bugado, funcionam bem, de modo geral, e possuem sistemas funcionais. Entretanto, falta mais conteúdos e opções para se explorar. Quanto as bases, as construções são bem legais e tem algumas coisas diferentes dos jogos de sobrevivência convencionais por conta da temática de mitologia grega, como por exemplo a mesa de extração de pó de ambrósia.

O sistema de crafting não tem como inovar muito a não ser que você vá para algo mais imersivo como Green Hell ou The Forest... No geral funciona muito bem. E, por fim, a coleta de recursos é bem gostosa e satisfatória, ainda mais que as ações de cortar árvore e minerar não são estáticas e o recurso em que você vai batendo, vai sofrendo dano visual (a árvore, por exemplo, a cada machadada vai sendo cortada/machucada até que ela cai). Mais uma vez – repetindo novamente  –, falta apenas adicionar um pouco mais de conteúdo.

Gráficos impressionantes, mas áudio ainda precisa de refinamento

Em suma, minha opinião é bem clara de que Dawn of Defiance, nos quesitos de jogabilidades e mecânicas, tem um grande potencial de chegar à excelência e isso vai depender de como as coisas vão se desenvolver a partir de então. Agora, partirei para o que achei sobre a parte mais artística e audiovisual.

Os gráficos, mesmo em estágio bem inicial de early access, já se apresentam bem bonitos e incrivelmente otimizados. Isso é bem raro na atualidade, em que a maioria dos games são lançados previamente de forma muito pouco polida. O mundo é bem bonito, em especial as águas azul turquesa (bem estilo das fotos de turismo da Grécia), e as ruínas deixadas pelos olimpianos, apesar de escassas, são bem legais também. As armaduras e itens também se encaixam muito bem à temática e são bem bonitos.

Já a questão sonora, sinto que é um campo que está um pouco mais simples que os gráficos, mas ainda assim está razoável. As trilhas sonoras são mixadas de uma forma que eu nem percebo a presença delas, para ser sincero, mas ao mesmo tempo eu sei que elas estão lá pois preenchiam o vazio do silêncio. As vezes que eu as percebi, foi quando se iniciava combate e aí tinha-se a troca para uma soundtrack de ação. Os efeitos sonoros, apesar de simples, compõem seus papeis e comunicam a mensagem que deveriam. O único ponto que gostaria de comentar que foge um pouco do razoável de forma negativa, é a geometrização do áudio do jogo. Muitas vezes quando estava a caçar, tinha dificuldades de entender de onde eu escutava os ruídos animais e, nesse sentido, sinto que a espacialização dos efeitos sonoros não era tão precisa.

Por fim, Dawn of Defiance possui um grande potencial, especialmente na exploração da rica temática da mitologia grega e na construção de um mundo aberto intrigante. No entanto, ainda carece de uma narrativa mais desenvolvida e coesa. Embora a jogabilidade, os sistemas de caça e as habilidades não combativas apresentem elementos promissores e com potencial para a excelência, falta conteúdo para sustentar uma experiência completa e mais rica. Visualmente, o jogo já impressiona, mas o áudio ainda precisa de maior refinamento. Como se trata de um jogo em early access, há espaço para crescimento, e seu futuro depende de como esses elementos serão aprimorados ao longo do tempo.

Lembrando que esta review foi feita enquanto Dawn of Defiance ainda está em estágio de Early Access. Além disso, o game foi jogado na plataforma Windows (PC) pela Steam.
 

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Nota
74
Bom

Dawn of Defiance oferece uma experiência promissora ao explorar a mitologia grega em um mundo aberto intrigante. Embora ainda em estágio inicial, com uma narrativa pouco desenvolvida e sistemas de jogo embrionários, o jogo já mostra potencial em sua jogabilidade e aspectos visuais. O futuro do game depende de como esses elementos serão aprimorados, mas há uma base sólida para um grande jogo de sobrevivência.

Pontuação

  • Jogabilidade
    85
  • Gráficos
    85
  • Áudio
    62
  • História
    55
  • Controles
    85
Critérios da pontuação
Sobre o autor
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fefemotta
Redator
Faço psicologia, estudo música como hobby, jogo desde os meus quatro aninhos (Tibia e CS) e gosto de vivenciar novas experiências!
Sobre o jogo
Dawn of Defiance
Dawn of Defiance

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