A verdadeira experiência de S.T.A.L.K.E.R. 2: Heart of Chornobyl | Review
Um verdadeiro apocalipse radioativo
S.T.A.L.K.E.R. 2: Heart of Chornobyl trata-se de um jogo focado numa campanha single-player, com desafios e combates intensos e bem hardcores, trazendo elementos de furtividade e gerenciamento de recursos, de maneira bem avançada, com diversos tipos de itens, alimentos, remédios, armas e equipamentos, dentro de uma ambientação de tirar o fôlego, com cenários remotos, devastados e bem sombrios.
Seguindo os passos do seu antecessor
S.T.A.L.K.E.R. 2: Heart of Chornobyl traz uma história bem interessante e possui um contexto histórico bem marcante, em um contexto introdutório, controlamos Skif, um comerciante de artefatos que explora a Zona, hoje devastada pela radiação do acidente de Chernobyl, tendo como objetivo controlar anomalias, derrotar grupos de soldados e mercenários, realizar contratos e principalmente sobreviver, o jogo é bem hardcore nesse aspecto, tudo te pune bastante, até mesmo se você tiver paciência para jogar com bastante atenção e calma.
Dito isso, a história se desenvolve de maneira não linear, deixando o jogador livre para realizar as atividades que bem entender, o jogo possui 20 áreas para serem exploradas e possui uma ambientação viva, no sentido de possuir um ecossistema de dia e noite, tempestades, locais com pico de radiação e NPCs espalhados, sendo amigáveis ou não.
Com esse contexto, temos um propósito para nossa gameplay, rendendo uma campanha consideravelmente longa e bem intensa, rendendo boas horas de entretenimento e imersão.
O combate punitivo e cruel
Como mencionei, o jogo é um prato cheio para os amantes de sobrevivência e de toda a ambientação “soviética” e pós apocalíptica, sendo um sucessor direto do primeiro título S.T.A.L.K.E.R., esse título, apesar de algumas falhas, possui uma grandeza embutida, capaz de trazer um verdadeiro turbilhão de sentimentos, ao mesmo tempo que o jogo é assustador, é também deslumbrante, porém, sendo sincero, meras definições não traduzem a intensidade da atmosfera e do combate, ao mesmo tempo que precisamos prestar atenção no ambiente, estamos sujeitos a encontrar vários inimigos de uma só vez, e uma coisa é certa, num piscar de olhos estamos mortos.
É importante ressaltar que a dificuldade do jogo é relativa, apesar de haver um seletor de dificuldade, grande parte da experiência é bem punitiva independentemente, sendo possível nas primeiras horas de jogo contabilizar dezenas de mortes até pegar o jeito da coisa.
Para essa review, escolhemos a dificuldade normal, opção que acreditamos ser a experiência padrão, apesar de não ser uma dificuldade tão elevada, mesmo assim os desafios e principalmente o combate é interessante.
É importante ressaltar que as mecânicas que envolvem as anomalias e toda a atmosfera radioativa são muito divertidas, como nosso personagem pode ir se contaminando com ela e perdendo vida ao longo do tempo, todos os medicamentos para reverter ou amenizar o quadro, além de todas as mecânicas básicas de combate, como sangramento, uso de medkits e bandagens, além de alimentos e bebidas.
O universo de S.T.A.L.K.E.R. não é novo no mundo dos games, já que o primeiro jogo deu as caras em 2007, já trazendo, para a época, uma esquemática muito dinâmica e inovadora, que é transmitida ao S.T.A.L.K.E.R. 2: Heart of Chornobyl, já que a receita é basicamente a mesma, mas com o máximo de inovações que a nova geração de tecnologias permite, e ao meu ver, esse título em específico é um lançamento que tem proposta de agradar e cativar o grande público, apesar de parecer bem nichado, é na verdade uma excelente porta de entrada para o gênero, buscando um público maior para o universo sem perder nem um detalhe da imersão e profundidade do universo.
Um lançamento bom, mas com aspectos questionáveis
Jogar S.T.A.L.K.E.R. 2: Heart of Chornobyl foi uma experiência bem imersiva, jogos assim tem uma capacidade muito grande de te integrar no ecossistema, te fazer pensar e muitas vezes investir horas sem fim, o jogo possui uma direção de arte fantástica, gráficos deslumbrantes que enchem os olhos, o que apesar de ser um ponto positivo, há um lado negativo que apresentarei na sequência.
Sabemos que o jogo utiliza da Unreal Engine 5 como motor gráfico, o que sem dúvidas faz muito bem e com muita qualidade, a minha crítica é a seguinte, nos últimos meses e até anos, esse motor gráfico vem sendo amplamente utilizado em vários e vários jogos, o que, infelizmente, acaba por deixar todos com aquele gostinho de genérico, e acabam tirando um pouco da personalidade dos jogos, que poderiam aderir a um estilo gráfico mais característico, ou explorar um pouco mais outras abordagens.
O jogo, em geral, não é fácil de se jogar, principalmente em termos mecânicos, apesar de possuir tutoriais frequentes, todos os aspectos do jogo te punem bastante, já que por ter uma jogabilidade um pouco mais lenta, não deixa de ser lotada de efeitos visuais, além da movimentação do personagem e o manejo com armas terem um toque bem realista, o que acaba dificultando um pouco mais.
É localizado em diversas línguas, possui uma ótima dublagem em geral, em especial se for em ucraniano, de longe uma das maiores fontes de imersão presentes, as vozes casam com os personagens, além de que as traduções de texto foram bem feitas.
A performance do jogo é um ponto bem sensível, é inegável se tratar de um jogo moderno, com um motor gráfico demandante e requer um computador mediano para que se possa ter um equilíbrio entre qualidade gráfica e quadros por segundo, sendo os dois parâmetros condicionados à utilização de ferramentas auxiliares de upscaling e geração de quadros, que, infelizmente, para a maioria dos hardwares é obrigatório.
Um mundo devastado que vale a pena ser visitado
Minha experiência com S.T.A.L.K.E.R. 2: Heart of Chornobyl foi muito boa em alguns aspectos, como a imersão, qualidade da narrativa, gráficos e áudio, mas não foi tão boa, no aspecto que mencionei sobre ter características genéricas e exagerar um pouco na complexidade até em dificuldades mais baixas, afinal, nem todo mundo gosta de ser escorraçado por monstros e soldados o tempo todo.
De qualquer maneira, o conjunto do jogo me trouxe boas horas de diversão e frustração, com destaque positivo novamente para a ambientação.
O mapeamento das teclas é bem intuitivo, no teclado e mouse e no controle, sendo uma completa questão de gosto o que deve ser melhor para a experiência individual do jogador, o áudio do jogo é excelente e a dublagem é um destaque a parte, no geral, é um jogo que eu recomendaria para os amantes da série e para novatos, apesar da dificuldade, quando se acostuma as coisas fluem muito bem.
O jogo oferece uma boa qualidade de vida, com uma interface completa e bem minimalista, além de boas configurações e opções de customização de controles, gráficos e áudio.
Para essa review, o jogo foi experienciado no PC, utilizando a plataforma Xbox.
Nota
Sobre o jogo
S.T.A.L.K.E.R. 2
- Data de lançamento: 20 de novembro de 2024
- Desenvolvedora(s): GSC Game World
- Publicadora(s): GSC Game World
- Modo(s) de Jogo: Single player
- Plataforma(s): PC (Microsoft Windows), Xbox Series X/S
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