UNTIL THEN – O mundo ainda não acabou | Review
Antes de iniciarmos a review, gostaria de agradecer a Maximum Entertainment por nos possibilitar pôr as mãos em Until Then antes do lançamento oficial para que pudéssemos criar este conteúdo. Agora, vamos ao que interessa...
Uma vida normal
O game se inicia com você imergindo na vida de um jovem estudante colegial que, aparentemente, tem uma existência completamente normal como a nossa, o adolescente Mark Borja. Você acorda, fica furioso com seu despertador, pois você ficou até de madrugada ontem jogando joguinhos online, troca de roupa e veste seu uniforme escolar, caminha na rua, vê suas redes sociais e um de seus amigos o lembra que tinha que fazer um trabalho para hoje que você claramente não fez, mas você não se abala muito pois já está quase se formando e segue para a aula em paz... Viu? Uma vida ordinária, lembra até sua adolescência, talvez?
Em meio a narrativa que progride sem pressa, mostrando os detalhes da vida de Mark, você é invocado e imerso ao mundo de Until Then por meio de uma arte muito linda e agradável, que propõe cenários e ambientações muito bem detalhados e que transbordam vida. Os personagens, incluindo os NPCs que estão lá só para compor plano de fundo, também não ficam atrás e fazem sua função muito bem (compondo os planos de fundo). Pode parecer algo muito bobo esses “personagens-cenário”, mas quando se quer representar um contexto de vida urbana é imprescindível que haja esforço para colocá-los de modo que realmente pareça real, pois é isso que faz nosso cérebro olhar para o cenário e sentir uma semelhança com a vida real. Tanto que quando você explora um jogo numa cidade onde quase não se tem NPCs fica aquela sensação de vazio.
No geral, a ambientação gráfica faz um ótimo trabalho em dar vida ao universo, realmente é de se impressionar a quantidade de detalhes que o cenário lhe mostra e o quão completos são.
Outro ponto que Until Then tem que aumenta mais ainda sua imersão é que, conforme você segue seu caminho da vida, você vai tendo que realizar minijogos e/ou animações referentes às atividades mais básicas do cotidiano, seja abotoar sua camisa, comprar a passagem de metrô na máquina ou até mesmo navegar pelas suas próprias redes sociais. São jogabilidades e animações muito simples, mas que agregam muito para a narrativa e para não deixar que o jogo fique afundado numa monotonia de apenas texto e mais texto, sem falar no quanto isso é imersivo e te suga para o universo do game.
Um exemplo disso é a imagem acima, em que você está acessando uma espécie de facebook, podendo não só visualizar as postagens e perfis dos seus amigos, como também interagir com eles, seja comentando algo ou só dando like mesmo. E o mais interessante disso tudo é que muitas das interações que você faz nas redes sociais acabam por interferir nos diálogos que você tem com seus colegas quando vocês se encontram. É uma jogabilidade bem inovadora e interessante.
Em contrapartida a isso tudo já exposto, é que, infelizmente, a quantidade de animações e minigames que você encontra a cada hora de jogo é bem escasso quando se comparado a quantidade de texto que você deve consumir. Então, apesar de eu ter dito que é um recurso que ajuda a quebrar a monotonia de uma sequência grande de textos, acaba por faltar um pouco no game. Sinto que se houvesse mais, me traria mais diversão e me manteria mais preso à progressão da narrativa.
Progressão de game e personagens
Eu gostaria de falar um pouco sobre a narrativa de Until Then, mas não especificamente sobre o que acontece no jogo, afinal isso é o aspecto principal do game. Acho válido falar apenas que o mistério do jogo envolve lapsos de memória e/ou temporais de alguns personagens e, se estiver interessado ou curioso no restante, você vai ter que jogar. Inclino-me a dizer sobre a qualidade de roteiro, a progressão da história e como os personagens vão sendo desenvolvidos ao longo do tempo.
Jogar Until Then me causou, muitas vezes, uma estranheza, pois não sabia muito o que pensar nem sentir. Ao mesmo tempo que é um jogo relaxante e bem tranquilo, seja pela sua arte acolhedora ou pelos diálogos amigáveis, a progressão é lenta ao ponto de você começar a se perguntar se algo vai realmente acontecer. As relações entre os personagens são bem desenvolvidas e cada um tem sua personalidade bem escancarada, o que ajuda a você pegar gosto por alguns e por outros, nem tanto. Muitos diálogos são interessantes e ajudam você a entender como que aqueles personagens se veem. Entretanto, sinto que muitas vezes algumas conversas são desnecessárias e acabam por te cansar, uma vez que a progressão da narrativa e do game é lenta.
No geral, sinto que os diálogos são muito bem construídos e são muito humanos. Entretanto, a progressão dos acontecimentos se dá de forma demasiada lenta e, até cerca de 5 ou 6 horas de jogo, não acontece muita coisa pra sequer te deixar com aquela pulga atrás da orelha. Você tem alguns indícios e percebe que tem algo estranho rolando, mas ainda assim...
Outro ponto que sinto que dá a sensação de um progresso lento é a ausência de qualquer efeito sonoro que pelo menos simbolize as falas dos personagens. Durante a gameplay, você passa horas ouvindo só sons de ambiência, lendo texto e não tem nem um burburinho para indicar que os personagens estão falando. Assim, sinto que deixa um vazio e acaba deixando a leitura um pouco monótona.
Comentários finais
Como disse anteriormente, fico confuso acerca da narrativa e como o game progride, afinal, há uma beleza muito grande em Until Then tanto na arte visual como nos diálogos, além das animações e interações imersivas com o universo do game, entretanto, a progressão do jogo se dá de maneira lenta, tanto pela velocidade em que os fatos importantes vão acontecendo quanto pela ausência de sons nos diálogos e pelo pouco número de animações.
Dessa forma, penso que jogadores que buscam um jogo um pouco mais enérgico e/ou animado tenham um pouco de dificuldade a se manterem presos e interessados por Until Then. Em contrapartida, para aqueles que buscam uma experiência tranquila, em que você pode explorar com paciência um universo cheio de vida, repleto de história e diálogos, Until Then é a escolha certeira.
Mais uma vez, gostaríamos de agradecer a Maximum Entertainment por, não só nos fornecer Until Then, como também permitir que tivéssemos acesso a ele previamente, nos possibilitando criar este conteúdo.
Lembrando, também, que este game foi jogado na Steam num PC (Windows).
Nota
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