UNTIL THEN – O mundo ainda não acabou | Review

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Until Then é um jogo de ficção interativa em formato de romance visual que conta com elementos de mistério e drama e narram a história de Mark Borja e seus amigos. O jogo foi desenvolvido pela Polychroma Games e será publicado pela Maximum Entertainment no dia 25 de junho de 2024 para as plataformas PC (Windows e Linux) e PlayStation 5.

Antes de iniciarmos a review, gostaria de agradecer a Maximum Entertainment por nos possibilitar pôr as mãos em Until Then antes do lançamento oficial para que pudéssemos criar este conteúdo. Agora, vamos ao que interessa...

Uma vida normal

O game se inicia com você imergindo na vida de um jovem estudante colegial que, aparentemente, tem uma existência completamente normal como a nossa, o adolescente Mark Borja. Você acorda, fica furioso com seu despertador, pois você ficou até de madrugada ontem jogando joguinhos online, troca de roupa e veste seu uniforme escolar, caminha na rua, vê suas redes sociais e um de seus amigos o lembra que tinha que fazer um trabalho para hoje que você claramente não fez, mas você não se abala muito pois já está quase se formando e segue para a aula em paz... Viu? Uma vida ordinária, lembra até sua adolescência, talvez?

Em meio a narrativa que progride sem pressa, mostrando os detalhes da vida de Mark, você é invocado e imerso ao mundo de Until Then por meio de uma arte muito linda e agradável, que propõe cenários e ambientações muito bem detalhados e que transbordam vida. Os personagens, incluindo os NPCs que estão lá só para compor plano de fundo, também não ficam atrás e fazem sua função muito bem (compondo os planos de fundo). Pode parecer algo muito bobo esses “personagens-cenário”, mas quando se quer representar um contexto de vida urbana é imprescindível que haja esforço para colocá-los de modo que realmente pareça real, pois é isso que faz nosso cérebro olhar para o cenário e sentir uma semelhança com a vida real. Tanto que quando você explora um jogo numa cidade onde quase não se tem NPCs fica aquela sensação de vazio.

No geral, a ambientação gráfica faz um ótimo trabalho em dar vida ao universo, realmente é de se impressionar a quantidade de detalhes que o cenário lhe mostra e o quão completos são.

Outro ponto que Until Then tem que aumenta mais ainda sua imersão é que, conforme você segue seu caminho da vida, você vai tendo que realizar minijogos e/ou animações referentes às atividades mais básicas do cotidiano, seja abotoar sua camisa, comprar a passagem de metrô na máquina ou até mesmo navegar pelas suas próprias redes sociais. São jogabilidades e animações muito simples, mas que agregam muito para a narrativa e para não deixar que o jogo fique afundado numa monotonia de apenas texto e mais texto, sem falar no quanto isso é imersivo e te suga para o universo do game.

Um exemplo disso é a imagem acima, em que você está acessando uma espécie de facebook, podendo não só visualizar as postagens e perfis dos seus amigos, como também interagir com eles, seja comentando algo ou só dando like mesmo. E o mais interessante disso tudo é que muitas das interações que você faz nas redes sociais acabam por interferir nos diálogos que você tem com seus colegas quando vocês se encontram. É uma jogabilidade bem inovadora e interessante.

Em contrapartida a isso tudo já exposto, é que, infelizmente, a quantidade de animações e minigames que você encontra a cada hora de jogo é bem escasso quando se comparado a quantidade de texto que você deve consumir. Então, apesar de eu ter dito que é um recurso que ajuda a quebrar a monotonia de uma sequência grande de textos, acaba por faltar um pouco no game. Sinto que se houvesse mais, me traria mais diversão e me manteria mais preso à progressão da narrativa.

Progressão de game e personagens

Eu gostaria de falar um pouco sobre a narrativa de Until Then, mas não especificamente sobre o que acontece no jogo, afinal isso é o aspecto principal do game. Acho válido falar apenas que o mistério do jogo envolve lapsos de memória e/ou temporais de alguns personagens e, se estiver interessado ou curioso no restante, você vai ter que jogar. Inclino-me a dizer sobre a qualidade de roteiro, a progressão da história e como os personagens vão sendo desenvolvidos ao longo do tempo.

Jogar Until Then me causou, muitas vezes, uma estranheza, pois não sabia muito o que pensar nem sentir. Ao mesmo tempo que é um jogo relaxante e bem tranquilo, seja pela sua arte acolhedora ou pelos diálogos amigáveis, a progressão é lenta ao ponto de você começar a se perguntar se algo vai realmente acontecer. As relações entre os personagens são bem desenvolvidas e cada um tem sua personalidade bem escancarada, o que ajuda a você pegar gosto por alguns e por outros, nem tanto. Muitos diálogos são interessantes e ajudam você a entender como que aqueles personagens se veem. Entretanto, sinto que muitas vezes algumas conversas são desnecessárias e acabam por te cansar, uma vez que a progressão da narrativa e do game é lenta.

No geral, sinto que os diálogos são muito bem construídos e são muito humanos. Entretanto, a progressão dos acontecimentos se dá de forma demasiada lenta e, até cerca de 5 ou 6 horas de jogo, não acontece muita coisa pra sequer te deixar com aquela pulga atrás da orelha. Você tem alguns indícios e percebe que tem algo estranho rolando, mas ainda assim...

Outro ponto que sinto que dá a sensação de um progresso lento é a ausência de qualquer efeito sonoro que pelo menos simbolize as falas dos personagens. Durante a gameplay, você passa horas ouvindo só sons de ambiência, lendo texto e não tem nem um burburinho para indicar que os personagens estão falando. Assim, sinto que deixa um vazio e acaba deixando a leitura um pouco monótona.

Comentários finais

Como disse anteriormente, fico confuso acerca da narrativa e como o game progride, afinal, há uma beleza muito grande em Until Then tanto na arte visual como nos diálogos, além das animações e interações imersivas com o universo do game, entretanto, a progressão do jogo se dá de maneira lenta, tanto pela velocidade em que os fatos importantes vão acontecendo quanto pela ausência de sons nos diálogos e pelo pouco número de animações.

Dessa forma, penso que jogadores que buscam um jogo um pouco mais enérgico e/ou animado tenham um pouco de dificuldade a se manterem presos e interessados por Until Then. Em contrapartida, para aqueles que buscam uma experiência tranquila, em que você pode explorar com paciência um universo cheio de vida, repleto de história e diálogos, Until Then é a escolha certeira.

Mais uma vez, gostaríamos de agradecer a Maximum Entertainment por, não só nos fornecer Until Then, como também permitir que tivéssemos acesso a ele previamente, nos possibilitando criar este conteúdo.
 
Lembrando, também, que este game foi jogado na Steam num PC (Windows).
 


 

UNTIL THEN – O mundo ainda não acabou | Review
Nota
79
Bom

Until Then é uma experiência tranquila e visualmente cativante que coloca o jogador na vida cotidiana de Mark Borja, um estudante colegial. Com uma arte detalhada e minijogos que criam um universo imersivo e interativo, o jogo oferece uma narrativa agradável e envolvente. No entanto, a progressão lenta e a ausência de efeitos sonoros nas falas podem tornar a experiência cansativa. Until Then é ideal para quem busca uma história detalhada e rica, jogadores que preferem ação e dinamismo podem achar o jogo monótono. Em resumo, Until Then brilha na imersão e na arte, mas peca na cadência e no equilíbrio entre texto e interatividade.

Pontuação

  • Jogabilidade
    66
  • Gráficos
    98
  • Áudio
    70
  • História
    88
  • Controles
    75
Critérios da pontuação
Sobre o autor
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fefemotta
Redator
Faço psicologia, estudo música como hobby, jogo desde os meus quatro aninhos (Tibia e CS) e gosto de vivenciar novas experiências!

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