KAKU: Ancient Seal – O escolhido de Saga | Review
Antes de tudo, gostaríamos de agradecer à BINGOBELL por nos enviar KAKU: The Ancient Seal e possibilitar que este conteúdo fosse criado.
Uma Aventura de Emoções Desconexas
Ao iniciarmos o game nos deparamos com um menino das cavernas – sim, tipo um homem das cavernas, só que criança – dando sua vida para conseguir capturar uma criatura deveras peculiar: um porquinho voador magenta, chamada Piggy. Depois de algumas cinemáticas de Kaku (o garoto das cavernas) falhando miseravelmente em seu objetivo de caça, nos deparamos com um velho das cavernas que vai nos ensinar alguns truques básicos para aumentar nossas chances de sobreviver. Aprendemos a atirar com estilingue, a cozinhar algumas receitinhas, a lutar e a criar munições elementais.
Ao finalizar o tutorial ofertado pelo velho das cavernas, retornamos a nossa saga de tentar capturar o porquinho... As primeiras impressões que tive ao desenvolver um pouquinho mais da gameplay foram equilibradas, pendendo um pouco mais para o negativo. Eu gostaria de falar um pouco mais sobre narrativa antes de entrarmos em jogabilidade ou gráfico, pois acredito que antes do jogo ser divertido, de fato, ele tem de nos convencer a continuar jogando, dar um sentido para aquilo, por mais simples que seja. Entretanto, é difícil desenvolver um pouco mais acerca do enredo porque as coisas só vão acontecendo, sem muito contexto e sem desenvolver nada dos personagens.
Nesse sentido, tenho a sensação de que o fluir do jogo acaba ficando linear, no sentido negativo da palavra. Não te desperta emoções, nem te faz criar vínculos, sejam negativos ou positivos, com os personagens. As coisas só vão acontecendo, sem muitas explicações e de maneira que, se retirasse os diálogos da história, o jogo não perderia muita coisa.
Você encontra com algum personagem e, sem mais nem menos, ele se junta a você e começa a te ajudar e dar tarefas. Entretanto, você não sabe o porquê ele está te ajudando, nem porquê você vai realizar as tarefas que este personagem está te dando. No geral, os acontecimentos do enredo não são relacionados de forma coesa e soam apenas como uma desculpa para que você possa continuar avançando pelo jogo.
Um exemplo disso é: o jogo inicia com você se esforçando ao máximo para capturar Piggy e, este, dando seu máximo para poder fugir. Algumas coisas acontecem e você perde o foco de capturar o porquinho rosa. Mas, logo em seguida, após você conseguir entrar no templo antigo e ser eleito como o “escolhido de Saga” pelo golem guardião, Piggy reaparece e você tenta captura-lo novamente. Desesperado, o porco foge e, do nada, pede ajuda para você, pois seu amigo Baggy (um porcão enorme) está corrompido pelas forças obscuras e não sabe o que fazer para salva-lo. Como solução, o golem de pedra sugere que Piggy siga com você em sua aventura e, obviamente, o porquinho acha uma boa ideia a proposta e passa a ser seu parceiro.
Por fim, para encerrarmos a minha questão com a narrativa e seguirmos em frente, sinto que Kaku: The Ancient Seal possui uma trama muito genérica que falta, em grande parte do tempo, emoção e coesão, o que, para mim, acaba influenciando de forma negativa em minha experiência... Parece que minhas ações e a exploração perdem um pouco do sentido.
Beleza em cada pixel: a magia visual
Certo, falei sobre aquilo que deixa a balança mais pendente para o negativo em Kaku: The Ancient Seal. Agora, gostaria de abordar o principal ponto que pesa para o lado positivo, os gráficos:
Os desenvolvedores realizaram um ótimo trabalho com a Unreal Engine 4 e criaram um mundo muito bonito e vibrante que deixa a experiência de explorar pelo mundo aberto muito satisfatória e encantadora. Como a lore do jogo se desenvolve num universo que possui 4 continentes elementais (ar, fogo, água e terra), você se deparará com cenários com suas especificidades, com aspectos e cores bem diferentes, cada um com seu encanto.
Os efeitos visuais também não ficam para trás e adicionam cor e beleza na sua jogatina. Além disso, o design de personagem é excelente (apesar de não terem muitos personagens), sendo de certa forma até caricato, o que ajuda na construção de identidade deles. No geral, toda a arte visual do jogo é muito bem criada e torna nossa experiência mais bonita e agradável.
Em seguida, gostaria de falar um pouco acerca do combate e da exploração, ou seja, da jogabilidade do game, que é um ponto que considero neutro. Inicialmente, a ação do jogo é bem simples e tranquila, uma vez que a grande maioria das skills (combos corpo a corpo, a distância ou até mesmo magias) estão bloqueadas ainda. Assim, faz-se importante o uso da exploração para que você possa farmar, ficar mais forte e liberá-las. Nesse sentido, o jogo é bem pensado e tem uma progressão bem rica, repleta de melhorias de combate. Entretanto, voltando para a questão da ação inicial: sinto que as mecânicas no começo são simples e os inimigos tem padrões previsíveis, o que torna o jogo pouco desafiador.
Nesse ponto, penso que o nível de satisfação e de diversão com o combate vai depender de quem está jogando. Jogadores que buscam mecânicas mais desafiadoras talvez possam se entediar com KAKU: The Ancient Seals. No meu caso, sinto que minha experiência foi apreciável. Apesar de evitar muitas vezes o combate no decorrer do game, não foi um fator que me incomodou hora nenhuma.
Quanto à exploração, posso afirmar que foi um dos fatores que mais me fez continuar querendo progredir. Como já disse anteriormente, o mundo de KAKU: The Ancient Seals é muito bonito e é muito agradável percorrer os diferentes caminhos e vislumbrar-se com os horizontes. Outro ponto, é que grande parte dos recursos que você obtém para poder progredir de nível e melhorar suas skills e equipamentos vem da exploração. Assim, para alguém como eu, que possui um terrível vício de lootear e garimpar espólios em todos os jogos que passo, a experiência de se aventurar pelo mundo aberto do game foi satisfatória e agradável.
Em suma, penso que a construção de KAKU: The Ancient Seal é bem executada na grande maioria de seus pontos. Eu tive uma experiência agradável em minha jogatina, mas tenho certeza que ficaria muito mais encantado se o jogo trouxesse uma narrativa mais bem elaborada, coesa e envolvente. Quando seu caminho é rico de sentido e emoção, a motivação para percorrê-lo é muito maior. Pode parecer uma frase clichê de uma propaganda qualquer, mas não deixa de ser verdade e se aplica até mesmo para jogos.
Por fim, recomendo fortemente KAKU: The Ancient Seal para aqueles jogadores que buscam um jogo ARPG com aventura e/ou uma experiência visualmente agradável com uma gameplay tranquila.
Mais uma vez, gostaríamos de agradecer à BINGOBELL por nos enviar KAKU: The Ancient Seal e nos permitir que fizéssemos este conteúdo.
Importante ressaltar que, para a produção desta review, KAKU: The Ancient Seal foi jogado na plataforma Windows (PC) através da Steam.
Nota
Sobre o jogo
Kaku Ancient Seal
- Data de lançamento:
- Desenvolvedora(s): BINGOBELL
- Publicadora(s): BINGOBELL
- Modo(s) de Jogo: Single player
- Plataforma(s):
Comentários
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