Sloclap Não Almeja Superproduções, Focando em Criatividade

O estúdio francês Sloclap, responsável pelos sucessos Sifu e Rematch, que superou os números de seu antecessor, não planeja seguir a tendência das superproduções com centenas de funcionários. Em entrevista, o diretor Pierre Tarno explicou que, apesar do crescimento e dos holofotes, a empresa prefere manter uma estrutura mais enxuta para continuar apostando em ideias criativas e evitar os riscos associados a orçamentos gigantescos.

Mesmo com o sucesso de Rematch e Sifu, a Sloclap não quer superproduções, priorizando a criatividade e orçamentos menores.

O diretor Pierre Tarno detalhou que o sucesso de Sifu, que vendeu mais de 4 milhões de cópias, permitiu à Sloclap expandir de 70 para 130 funcionários. No entanto, com a performance ainda mais impressionante de Rematch, o plano é diferente. "Talvez a gente cresça um pouco, mas nada como foi entre Sifu e Rematch", afirmou Tarno. "Não sentimos necessidade de crescer mais. Não queremos fazer projetos que exijam 250 devs para funcionar."

Segundo Tarno, manter o estúdio mais enxuto é o que permite à Sloclap continuar explorando ideias criativas, como foi o caso de Rematch, sem a pressão de orçamentos exorbitantes. "Quando um projeto custa de 50 a 100 milhões de dólares, é mais difícil arriscar. O impacto de um erro é muito maior", explicou, destacando o cenário atual da indústria, onde grandes investimentos aumentam a aversão ao risco e podem sufocar a inovação.

Tarno enfatizou que, no panorama atual da indústria de games, o simples fato de um estúdio conseguir "continuar operando e ainda fazer jogos pelos quais é apaixonado" já é um feito notável. Essa visão reflete uma preocupação com a sustentabilidade e a paixão pelo desenvolvimento de jogos, em vez de uma busca incessante por escala e lucros massivos.

A postura da Sloclap contrasta com a de muitos estúdios que buscam expandir rapidamente após um sucesso, visando competir no mercado de superproduções. A preferência por um tamanho mais controlado pode permitir ao estúdio manter sua identidade, foco criativo e um ambiente de trabalho mais coeso, evitando os desafios que surgem com equipes muito grandes e orçamentos estratosféricos.