NVIDIA enfrenta impacto bilionário com novas restrições de exportação para a China

Em um movimento que abalou o mercado de tecnologia, a NVIDIA anunciou que enfrentará um impacto financeiro de até US$ 5,5 bilhões em seu resultado do primeiro trimestre fiscal de 2026. A causa? Novas restrições de exportação impostas pelo governo dos Estados Unidos que limitam a venda de seus chips de inteligência artificial, especificamente o modelo H20, para a China.

Essas restrições, implementadas em 9 de abril de 2025, exigem que a NVIDIA obtenha uma licença para exportar circuitos integrados H20 e quaisquer outros que atinjam a largura de banda de memória e interconexão semelhantes. Em 14 de abril de 2025, o governo dos EUA informou à empresa que essa exigência de licença permanecerá em vigor por tempo indeterminado.

O H20 é uma versão modificada do chip H100, baseado na arquitetura Grace Hopper, projetado para atender às restrições de exportação anteriores. Apesar de ser uma versão reduzida, o H20 era o chip de IA mais avançado disponível para o mercado chinês, sendo utilizado por gigantes como ByteDance, Alibaba e Tencent. A proibição de sua exportação representa um golpe significativo para a presença da NVIDIA na China.

A empresa revelou essas informações em um documento enviado à SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA), indicando que os resultados do primeiro trimestre incluirão até aproximadamente US$ 5,5 bilhões em encargos associados aos produtos H20, compromissos de compra e reservas relacionadas.

Além da NVIDIA, outras empresas do setor também sentiram os efeitos das novas restrições. A AMD projeta até US$ 800 milhões em possíveis encargos se não conseguir as licenças necessárias para seus chips MI308. As ações da AMD caíram 6% após o anúncio. Empresas como Micron Technology e Broadcom também foram impactadas, evidenciando a amplitude das consequências dessas medidas.

Em resposta às crescentes tensões comerciais e às restrições de exportação, a NVIDIA anunciou planos ambiciosos para investir até US$ 500 bilhões na construção de supercomputadores de IA nos Estados Unidos nos próximos quatro anos. Essa iniciativa visa fortalecer a infraestrutura de IA doméstica e reduzir a dependência de mercados externos. A empresa está colaborando com Foxconn e Wistron para estabelecer fábricas de supercomputadores no Texas, com produção prevista para começar em 12 a 15 meses.

Enquanto isso, o mercado reagiu negativamente às notícias. As ações da NVIDIA caíram 5,9% em 16 de abril de 2025, contribuindo para uma queda de 2% no índice Nasdaq e de 1,2% no S&P 500. A volatilidade reflete as preocupações dos investidores com o impacto das restrições de exportação e as incertezas no setor de tecnologia.

Em meio a esse cenário desafiador, a NVIDIA enfrenta o desafio de equilibrar suas operações globais com as exigências regulatórias, buscando manter sua posição de liderança no mercado de chips de IA enquanto navega por um ambiente geopolítico cada vez mais complexo.