Demo de The Witcher 4 não representa jogo real no PS5

A CD Projekt RED voltou a provocar discussões técnicas nesta semana após divulgar uma impressionante tech demo de The Witcher 4, exibida rodando a 60fps com ray tracing em um PlayStation 5 padrão. A demonstração chamou atenção pelo nível visual apresentado, mas rapidamente gerou dúvidas sobre sua fidelidade em relação ao que será entregue na versão final do jogo.

O estúdio polonês precisou esclarecer que o vídeo divulgado não corresponde ao jogo em si. Em comunicado oficial, um porta-voz afirmou:

“Essa é […] uma prévia da tecnologia de ponta que alimenta The Witcher 4 – mas não é The Witcher 4 em si.”

Segundo a empresa, o objetivo da demo é mostrar os avanços técnicos que estão sendo desenvolvidos com o uso da Unreal Engine 5, em colaboração com a Epic Games.

Na mesma nota, a CD Projekt RED detalhou os sistemas que foram incluídos nessa demonstração técnica:

“Estamos orgulhosos desse marco inicial e animados para apresentar tecnologias como UAF, Nanite Foliage, Smart Objects, ML Deformer e FastGeo Streaming, que estão moldando o futuro de The Witcher.”

Ou seja, o que foi exibido é uma amostra feita sob medida para destacar elementos específicos de engenharia gráfica e não representa um recorte jogável ou realista do produto final. Essa prática não é nova para o estúdio — vale lembrar que The Witcher 3: Wild Hunt, apesar de excelente, passou por downgrades significativos antes de chegar ao PlayStation 4. A situação de Cyberpunk 2077, lançado em 2020, também permanece como um exemplo notório de como promessas técnicas podem se descolar da entrega real, especialmente nas versões para consoles.

A dúvida agora recai sobre as expectativas para a performance real de The Witcher 4 no PS5 base. Jogos AAA complexos, como RPGs de mundo aberto, raramente conseguem combinar ray tracing e alta taxa de quadros sem compromissos técnicos. Mesmo títulos de ponta como Gran Turismo 7 e Horizon Forbidden West não entregam esse nível de performance com todos os recursos visuais ativados simultaneamente.

Embora o potencial do PlayStation 5, lançado em 2020, ainda não tenha sido totalmente explorado por muitos estúdios, prometer ray tracing e 60fps simultaneamente em um jogo do porte de The Witcher soa, no mínimo, irreal. Com um histórico marcado por marketing técnico agressivo e entregas nem sempre fiéis, a CD Projekt RED terá que trabalhar com mais clareza e moderação nas próximas apresentações se quiser manter a confiança do público.