Bungie volta a ser acusada de uso indevido de arte em Marathon

A desenvolvedora Bungie enfrenta novamente acusações sérias de uso não autorizado de material artístico, desta vez relacionado ao jogo em desenvolvimento Marathon. O estúdio, conhecido por Destiny 2, anunciou uma “revisão completa” de seus ativos após ser acusado de utilizar ilustrações de um artista independente sem permissão ou crédito.

O artista conhecido como Antireal publicou no X (antigo Twitter), em 10 de maio de 2025, que identificou elementos visuais de sua autoria — criados originalmente em 2017 — nos ambientes do alpha playtest de Marathon. Segundo ele, gráficos e ícones específicos que compartilhou publicamente anos atrás foram reutilizados no jogo, sem qualquer contato por parte do estúdio.

“Bungie não é obrigada a me contratar para fazer um jogo com a mesma linguagem visual que venho desenvolvendo há uma década, mas aparentemente meu trabalho foi bom o suficiente para ser saqueado e espalhado pelo jogo sem pagamento ou crédito”, escreveu Antireal.

“Não tenho recursos para abrir um processo, mas perdi a conta de quantas vezes grandes empresas preferiram imitar ou roubar meus designs a simplesmente me mandar um e-mail. Em 10 anos, nunca tive renda consistente com meu trabalho, e estou cansado de ver designers de empresas gigantes parasitando meu portfólio enquanto mal consigo pagar minhas contas.”

A Bungie respondeu poucas horas depois, reconhecendo que o conteúdo foi adicionado por um ex-funcionário do estúdio e que o time atual de arte não tinha conhecimento do uso indevido.

“Investigamos imediatamente uma preocupação sobre o uso não autorizado de decalques artísticos em Marathon e confirmamos que um ex-artista da Bungie incluiu esses materiais em uma folha de texturas utilizada no jogo. Estamos revisando como essa falha aconteceu.”

“Levamos esse tipo de questão muito a sério. Já entramos em contato com o artista afetado e estamos comprometidos a agir corretamente. Como política, não usamos trabalhos de artistas sem autorização.”

“Para evitar situações semelhantes no futuro, estamos realizando uma análise rigorosa dos nossos ativos — especialmente os criados pelo ex-artista — e implementando processos mais rígidos de documentação de contribuições. Valorizamos a criatividade e o trabalho dos artistas envolvidos nos nossos jogos.”

Não é a primeira vez que a Bungie é envolvida em casos de suposta apropriação de material alheio. Em outubro de 2024, a empresa foi processada por um escritor que alega ter tido elementos da sua história utilizados em Destiny 2: The Red War (2017). A Bungie tentou arquivar o processo, mas teve o pedido negado, pois os conteúdos foram "vaultados" (removidos do jogo e indisponíveis para verificação pública).

Em outro episódio, semanas antes desse processo, o estúdio iniciou uma investigação interna após descobrir que o design da réplica da NERF Ace of Spades, lançada como item promocional, havia sido copiado de uma fanart de 2015 — incluindo traços, arranhões e detalhes visuais idênticos ao original do fã.

Com mais uma ocorrência registrada, a reputação da Bungie entre artistas independentes sofre novo abalo. O caso também reforça a importância da documentação e rastreabilidade de todos os ativos utilizados no desenvolvimento de jogos, especialmente em grandes produções como Marathon, que ainda não possui data oficial de lançamento.